Israel usou civis como escudos humanos em Gaza
ICARO Media Group TITAN
Um soldado das Forças de Defesa de Israel (IDF) confessou que as tropas israelenses usaram civis palestinos como escudos humanos em Gaza. De acordo com o militar e cinco antigos detidos, os palestinos foram forçados a entrar em casas e túneis que pudessem ter armadilhas para proteger os soldados israelenses de possíveis perigos. O soldado testemunhou que a sua unidade tinha ordens para utilizar prisioneiros palestinos como escudos humanos a fim de explorar locais perigosos, prática conhecida como "Protocolo do mosquito". A prática, que ocorreu em diferentes áreas de Gaza, foi confrontada pelo soldado e seus colegas após dois dias de recusa em continuar com a ação.
Em entrevista à CNN, o soldado revelou que um oficial dos serviços secretos apresentou dois detidos palestinos, um jovem de 16 anos e um homem de 20, como membros do Hamas, ordenando que fossem usados como escudos humanos. As diretrizes das IDF proíbem estritamente o uso de civis detidos em Gaza em operações militares, conforme declarado pelo exército israelense à CNN. Além disso, o direito internacional proíbe a utilização de civis para proteger atividades militares ou envolver forçosamente civis em operações de guerra. Os prisioneiros foram libertados após a intervenção do comandante da unidade, que coloca em dúvida seu status como combatentes do Hamas.
Relatos de antigos detidos palestinos confirmam a prática de utilização de civis como escudos humanos pelas tropas israelenses. Um jovem de 17 anos contou que foi levado em cativeiro após soldados israelenses terem matado seu pai e sua irmã durante uma busca em sua casa em Khan Younis. Outro relato descreve um médico deslocado que foi forçado a inspecionar edifícios em busca de militantes e armadilhas, sob ameaça dos tanques israelenses. Apesar de todos os civis utilizados como escudos humanos terem sido posteriormente libertados, o soldado denunciante lamentou que a prática tenha sido retomada por outros soldados após sua saída de Gaza.
A denúncia chegou à CNN através da organização não-governamental Breaking the Silence [Rompendo o Silêncio, em tradução livre], que proporciona um fórum para os soldados israelenses falarem sobre suas experiências em combate e verifica os seus testemunhos. A Suprema Corte de Israel proibiu em 2005 a adoção pelas IDF de práticas como "Protocolo do mosquito", depois de grupos de defesa dos direitos humanos terem apresentado uma queixa sobre o uso de civis palestinos pelos militares para baterem à porta de suspeitos de serem militantes na Cisjordânia.
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