Justiça absolve empresas no caso do rompimento da barragem de Mariana

Após nove anos do trágico rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, a Justiça Federal absolveu as empresas Samarco, Vale e BHP Billiton, juntamente com 22 pessoas, das acusações de crimes ambientais e outros delitos relacionados ao desastre. A decisão provocou surpresa entre os afetados pela tragédia, que expressaram revolta, tristeza e choque diante da sentença.

A juíza Patrícia Alencar Teixeira de Carvalho considerou as acusações improcedentes, destacando a falta de consistência nas provas reunidas no processo e a dificuldade em estabelecer uma ligação entre os possíveis riscos apresentados pela estrutura da barragem e o colapso que resultou na perda imediata de 19 vidas. Diante disso, o Ministério Público Federal em Minas Gerais informou que irá recorrer da decisão.

Estima-se que cerca de 700 mil pessoas tenham sido impactadas pelo desastre que despejou 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos no ambiente, poluindo o rio Doce e alcançando o oceano Atlântico. Com a absolvição das empresas e dos réus envolvidos, muitos afetados sentem que houve impunidade diante de um crime premeditado, que resultou na perda de vidas e na destruição de comunidades inteiras.

Diante da decisão da Justiça, moradores ao longo do rio Doce demonstram indignação e perplexidade, ressaltando a falta de reconhecimento de suas condições como vítimas e a ausência de reparação. A sentença gerou críticas também por parte de especialistas e representantes de assessorias independentes, que consideram a decisão como uma impunidade planejada, beneficiando as empresas envolvidas.

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