Manifestações contra imigrantes e muçulmanos espalham violência pelo Reino Unido
ICARO Media Group TITAN
Nas últimas semanas, uma série de protestos violentos contra imigrantes e muçulmanos tem tomado conta das ruas do Reino Unido. Liderados por Tommy Robinson, um agitador social de extrema-direita, os manifestantes têm disseminado ódio e intolerância, causando preocupação entre as autoridades e a comunidade em geral.
+ Protestos violentos ocorrem no Reino Unido após ataque em Southport
Robinson, conhecido por fundar a Liga de Defesa da Inglaterra, uma associação anti-Islã, vem ganhando destaque no cenário político nos últimos anos. O movimento, descrito como "anti-jihadista", prega o banimento de quem eles chamam de terroristas da Inglaterra, o que tem gerado tensões com a comunidade muçulmana do país.
O agitador social tem uma longa trajetória de associação com partidos de extrema-direita e fascistas. Desde 2005, Robinson tem sido afiliado a diversos grupos, incluindo o Partido Nacional Britânico e o Partido de Independência do Reino Unido, de orientação populista e extremista.
Um dos pontos centrais de sua ideologia é o movimento "contra-jihad", que enxerga o islamismo como uma ameaça à liberdade e às religiões do Ocidente. Robinson chega a classificar o Islã como uma "ideologia violenta fascista que se disfarça de religião".
No entanto, sua influência vai além de discursos inflamados. Em 2017, Robinson foi acusado de incitar um ataque a uma mesquita, onde 12 muçulmanos foram atropelados, resultando na morte de uma pessoa e ferimentos em outras 11. Investigadores concluíram que o agitador fez "lavagem cerebral" no responsável pelo ataque.
Além disso, Robinson acumula diversos episódios de prisões e crimes, que vão desde participação em brigas generalizadas até uso de passaporte falso e fraude hipotecária. Sua trajetória começou nas arquibancadas de estádios de futebol, onde incitava brigas entre torcedores rivais.
Em 2011, Robinson protagonizou outra polêmica ao invadir a sede da FIFA em Zurique, na Suíça, protestando contra a proibição do uso de botons em homenagem aos soldados britânicos mortos.
Recentemente, o agitador teve suas contas nas principais redes sociais banidas, mas conseguiu retornar ao Twitter após a compra da plataforma por Elon Musk. Em suas postagens, ele dissemina ideias islamofóbicas e faz acusações infundadas contra os muçulmanos.
Diante de suas ações, Robinson fugiu do Reino Unido após ter um mandado de prisão expedido. No entanto, mesmo à distância, suas palavras continuam causando impacto, como foi o caso do recente massacre em Southport.
O ataque, que resultou na morte de três crianças e deixou outras oito feridas, desencadeou uma onda de protestos violentos pelo país. Apoiadores da extrema direita passaram a disseminar informações falsas sobre o suspeito, de que ele seria um terrorista, incitando o ódio contra imigrantes e muçulmanos. A polícia revelou que o responsável pelos ataques foi Alex Rudakubana, de 17 anos, nascido no País de Gales e cidadão britânico. Os pais do garoto são de Ruanda e foi confirmado que o caso não tem qualquer ligação com terrorismo.
Os confrontos entre manifestantes e forças policiais causaram a prisão de mais de 100 pessoas e deixaram 39 policiais feridos, incluindo cães da polícia que também foram alvos de agressões.
Enquanto a comunidade se mobilizava para prestar homenagem às vítimas, a presença de manifestantes violentos atrapalhou a vigília, gerando indignação e revolta. Políticos e autoridades policiais enfatizaram que a maioria dos manifestantes não era da região e que as ações violentas não serão toleradas.
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