Ministério da Saúde toma medidas contra médicos que propagam desinformação sobre vacinas
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O ministro da Saúde Alexandre Padilha declarou neste domingo (16) que o Ministério da Saúde está se preparando para enfrentar médicos que espalham informações falsas e obtêm lucro com conteúdos antivacina em redes sociais, relacionados a uma síndrome não cientificamente comprovada. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, esses profissionais estariam divulgando tratamentos e cursos envolvendo a "síndrome pós-spike", também conhecida como "spikeopatia", alegando que ela seria desencadeada após doses de reforço da vacina contra a Covid-19 — porém, sem embasamento científico.
A teoria é apoiada pelo imunologista Roberto Zeballos, pelo infectologista Francisco Cardoso e pelo neurologista Paulo Porto de Melo em um artigo publicado na revista IDCases em junho deste ano. Essa tese fundamenta o tratamento que propõem no estudo. No entanto, o artigo foi alvo de críticas e acabou retirado de circulação, algo que ocorre quando são identificadas falhas sérias ou suspeitas de má conduta.
Os profissionais envolvidos promovem tratamentos baseados em protocolos sem embasamento científico, oferecendo cursos que chegam a custar R$ 685 e consultas particulares no valor de R$ 3,2 mil. A hipótese desses profissionais sobre a "síndrome pós-spike" se relaciona à proteína spike presente nas vacinas de RNA mensageiro, ou mRNA, utilizadas contra a Covid-19.
A suposta síndrome, segundo esses médicos, estaria associada à persistência prolongada da proteína spike no organismo, produzida após a vacinação e causadora de doenças crônicas. Entretanto, em nota divulgada em agosto, o Ministério da Saúde afirma que essa informação é falsa e sem fundamentação científica. A segurança dessas vacinas já foi comprovada por diversos estudos científicos e órgãos de saúde pública.
Padilha reiterou a importância de combater a desinformação e anunciou que está atuando juntamente com o advogado-geral da União, Jorge Messias, para adotar medidas legais contra essa conduta prejudicial à população. O ministro destacou que o governo não tolerará o negacionismo e afirmou que serão acionadas todas as medidas possíveis para impedir tais práticas. De acordo com informações do Estadão, o Ministério da Saúde está dando início aos procedimentos legais para abordar a atuação desses médicos a partir desta segunda-feira (17).
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