Morre aos 88 anos J. Borges, maior xilogravurista do Brasil
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O xilogravurista pernambucano José Francisco Borges, conhecido mundialmente como J. Borges, morreu nesta sexta-feira aos 88 anos nesta sexta-feira. A causa da morteainda não foi divulgada pela família, assim como os detalhes sobre o velório e sepultamento.
Nascido em 20 de dezembro de 1935, em Bezerros, no Agreste de Pernambuco, J. Borges iniciou sua carreira artística desde cedo, confeccionando brinquedos artesanais e vendendo livros de cordel. Com apenas 21 anos, começou a escrever cordéis e teve seu poema "O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina" xilogravado por Mestre Dila. O cordel alcançou grande sucesso, vendendo mais de cinco mil exemplares em apenas dois meses.
O trabalho de J. Borges logo chamou a atenção de colecionadores e marchands, ganhando destaque nacional. Suas gravuras foram utilizadas na televisão na década de 1970 e ele passou a gravar matrizes dissociadas dos cordéis, de maior tamanho. Além disso, o xilogravurista teve suas obras expostas em outros países, como Suíça, México e Estados Unidos, e ministrou aulas de xilogravura e entalhamento na Europa e nos Estados Unidos.
Sua arte conquistou admiradores renomados, como o escritor Ariano Suassuna, e lhe rendeu diversos prêmios, como a comenda da Ordem do Mérito Cultural e o prêmio da Unesco na categoria Ação Educativa/Cultural. Em sua cidade natal, Bezerros, foi inaugurado o Memorial J. Borges, que abriga uma exposição de parte de sua obra e objetos pessoais. Além disso, suas obras estiveram em destaque no Museu de Arte do Rio em janeiro de 2022, na exposição "J. Borges - O Mestre da Xilogravura", que reuniu 40 xilogravuras, incluindo 10 obras inéditas, 10 matrizes inéditas e as 20 obras mais importantes de sua carreira, retratando sua trajetória de vida.