OMS declara mpox como emergência global
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A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou recentemente que a mpox, é agora considerada uma ESPII (Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional).
Esse anúncio reflete a preocupação com a rápida disseminação de uma variante nova e mais virulenta da doença, em especial na República Democrática do Congo, onde quase 14 mil casos e 450 mortes foram registrados apenas este ano, segundo o último relatório do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (Africa CDC). A doença, que é endêmica nesta região, viu um aumento de 160% no total de infecções e um crescimento de 19% no número de óbitos em comparação ao mesmo período de 2023. Esses números alarmantes sinalizam a necessidade de uma resposta rápida e eficaz para combater a disseminação da doença.
A nova variante do vírus, conhecida como Clado Ib, tem causado preocupação devido à sua maior mortalidade e facilidade de transmissão. A variante está circulando principalmente na África Central e afetando desproporcionalmente crianças e se espalhando através de múltiplos modos de transmissão. A OMS e especialistas em saúde estão monitorando de perto essa variante para entender melhor suas características e como ela pode ser contida.
Apesar das recomendações da OMS para o uso de vacinas em ambientes de surto e para grupos de alto risco, a disponibilidade de vacinas tem sido um desafio. Na República Democrática do Congo as vacinas ainda não foram autorizadas, apesar dos surtos atuais. Isso destaca a necessidade de acesso equitativo a vacinas e tratamentos para prevenir a propagação da doença.
A OMS tem liderado esforços de coordenação global para combater o surto de mpox. Isso inclui colaboração internacional e financiamento para compartilhamento de vacinas, tratamentos e testes de diagnóstico. A resposta global é crucial para lidar com a emergência e proteger populações em todo o mundo.
O Brasil registrou 709 casos de mpox em 2024, com um total de 16 óbitos. O Ministério da Saúde está atualizando as recomendações e o plano de contingência para a doença. A pesquisa local existente sobre o vírus permitiu uma resposta mais rápida e eficaz durante o surto de 2022, e a continuidade desse investimento em pesquisa é vital para a capacidade de resposta do país a futuras crises sanitárias.
A mpox é uma zoonose viral que pode ser transmitida aos humanos a partir de animais, como roedores e macacos. A doença é caracterizada por sintomas como erupções cutâneas, febre e linfonodos inchados, e geralmente é autolimitada, com a maioria dos infectados se recuperando sem tratamento.
Embora não existam tratamentos específicos para a mpox, medicamentos e vacinas para a varíola humana podem ser usados para prevenir e tratar a doença. Estratégias de controle de surtos e proteção de grupos vulneráveis são essenciais para limitar a disseminação da doença.
A OMS iniciou um processo de consulta pública para encontrar um novo nome para a doença, a fim de combater o racismo e o estigma associado ao nome anterior. A comunicação eficaz em saúde pública é fundamental para garantir que as informações corretas sejam disseminadas e que o estigma seja reduzido.