PF apreende R$ 164 mil em casa de suspeito no caso das vacinas
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Nesta quinta-feira (4), a Polícia Federal (PF) realizou uma operação para investigar um esquema de fraudes em certificados de vacina da covid-19, que teria envolvido o ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), atualmente secretário de Transportes e Mobilidade Urbana do Estado do Rio de Janeiro. Durante o cumprimento da operação, a PF apreendeu uma quantia de R$ 164 mil em dinheiro vivo na residência de Washington Reis.
A operação, denominada "Venire", é a segunda fase da investigação que visa desvendar o suposto esquema de inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 nos sistemas governamentais, oriundos da Prefeitura de Duque de Caxias. Entre os beneficiários suspeitos desse esquema, conforme as investigações, está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além de Washington Reis, outra alvo da operação é Célia Serrano, atual secretária de Saúde do município. A PF visa identificar novos beneficiários desse esquema fraudulento. Também já era investigado no mesmo caso, o irmão do ex-prefeito, o atual deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).
Após o recebimento do relatório final sobre o caso das vacinas, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou à PF que profundizasse as investigações. Essa nova operação foi deflagrada como resultado dessa solicitação.
No relatório final, a PF indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras pessoas envolvidas nas fraudes relacionadas aos certificados de vacina. As investigações revelaram que o tenente-coronel Mauro Cid, juntamente com outras pessoas, inseriu dados falsos de vacinação da covid-19 nos sistemas governamentais. Em sua delação premiada, Mauro Cid afirmou que a inserção desses dados falsos, incluindo a informação de que Bolsonaro havia sido vacinado, foi feita por ordem do próprio ex-presidente.
Após a nova operação, a PF terá que abrir uma investigação específica para analisar os dados da prefeitura de Duque de Caxias, com o objetivo de identificar novas suspeitas sobre inserção de dados fraudados.
Agora, o caso das fraudes de vacina envolvendo Jair Bolsonaro será devolvido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a PGR determine se apresentará denúncia contra o ex-presidente, enquanto as investigações continuarão focadas exclusivamente no caso de Duque de Caxias.
Washington Reis, por meio de uma nota publicada em seu Instagram, confirmou a visita dos agentes da PF à sua residência. Ele classificou a operação como "covardia" em um ano eleitoral e destacou sua longa trajetória política.
Já a Prefeitura de Duque de Caxias informou, em nota, que a segunda fase da operação Venire não teve como alvo nenhum órgão ou entidade ligada à municipalidade e que "com relação aos mandados dirigidos a pessoas físicas, a prefeitura não se manifestará considerando o sigilo que recobre os atos nesta manhã realizados."
O governo do Estado do Rio de Janeiro também emitiu uma nota informando que "não existe nada referente ao Governo do Rio na investigação e nem fatos que comprometam a conduta do secretário Washington Reis". Além disso, na mesma nota, o governo afirma que a operação realizada pela PF tinha como único alvo o município de Duque de Caxias, e estava especificamente relacionada à obtenção de cartões de vacinação referentes ao ano de 2022.
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