PF conclui investigação sobre chacina de Varginha: 39 agentes entre PRFs e PMs são indiciados
![publisherLogo](https://timnews.com.br/system/media_partners/image_1x1s/4447/thumb/Logo_quadrado.png)
ICARO Media Group TITAN
![icon_WhatsApp](/images/share/icon_WhatsApp.png)
![icon_facebook](/images/share/icon_facebook.png)
![icon_email](/images/share/icon_email.png)
![icon_WhatsApp](/images/share/icon_WhatsApp.png)
![icon_facebook](/images/share/icon_facebook.png)
![icon_email](/images/share/icon_email.png)
Após dois anos de investigação, a Polícia Federal (PF) concluiu seu inquérito sobre a chacina de Varginha, ocorrida em outubro de 2021. A PF encaminhou o relatório final à Justiça Federal na terça-feira (27/2), pedindo o indiciamento de 23 policiais rodoviários federais e 16 militares, incluindo um tenente-coronel.
O relatório aponta que os agentes simularam um tiroteio, mas as vítimas estavam desarmadas quando foram surpreendidas e executadas, muitas delas com tiros pelas costas. A PF afirma que os policiais envolvidos na operação "queriam o resultado morte para todos que ali estavam".
Os crimes pelos quais os agentes foram indiciados incluem tortura, autoria e coautoria de homicídio qualificado e fraude processual.
Os laudos técnicos produzidos por peritos criminais federais totalizam 1.455 mil páginas e desmontam a versão dos policiais de um intenso tiroteio com membros de uma quadrilha. Segundo os investigadores, os policiais deram "uma versão inverossímil" para o ocorrido nas chácaras onde o grupo estava reunido.
Dos 26 mortos, 17 foram alvejados pelas costas. Foram encontrados ferimentos nos membros superiores e inferiores, indicando lesões de defesa. Durante a ação, os policiais fizeram 500 disparos, mas nenhum deles foi ferido.
A PF também aponta indícios de que as armas da quadrilha não estavam prontas para uso e que armamentos foram introduzidos na cena após a chacina. Além disso, os investigadores constataram que os policiais adulteraram os locais onde ocorreram os crimes, causando prejuízos à interpretação dos fatos.
Ainda de acordo com a investigação, dois membros da quadrilha foram encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) como se tivessem sido roubadores confrontados pela polícia, mas na verdade eles não estavam presentes no local. A PF acusa policiais rodoviários federais de torturar esses dois indivíduos durante o trajeto.
A operação em Varginha era de conhecimento da PRF e contou com sua autorização, porém a PF considerou a ação ilegal, realizada por um órgão sem atribuição constitucional e alheio aos órgãos de controle. A falta de registro oficial também gerou questionamentos.
O relatório enfatiza que a PRF concentrou todas as informações sobre a quadrilha e omitiu sua origem, o que causou incômodo na Polícia Federal. A PF ressalta que a ação policial foi realizada de forma a dificultar as investigações.
A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) informou, por meio de nota, que dará suporte para contestar os laudos apresentados pela investigação da PF. A entidade destaca que não se deve punir quem agiu para proteger a população.
A investigação da PF sobre a chacina de Varginha busca responsabilizar as possíveis irregularidades cometidas pelas autoridades e traz à tona a necessidade de uma apuração rigorosa nos casos de abuso de poder.
![icon_WhatsApp](/images/share/icon_WhatsApp.png)
![icon_facebook](/images/share/icon_facebook.png)
![icon_email](/images/share/icon_email.png)