Relatório da PF aponta obstrução na investigação do caso Marielle
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A Polícia Federal (PF) entregou na última sexta-feira (9) ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório que aponta obstrução de investigação sobre a execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. De acordo com o documento, investigadores da Polícia Civil teriam ignorado intencionalmente imagens de câmeras de segurança que poderiam ter auxiliado na identificação dos responsáveis pelo crime.
Este ato de obstrução levou ao indiciamento dos delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages, além do comissário Marco Antonio de Barros Pinto, conhecido como Marquinhos.
O relatório foi elaborado após uma nova investigação, baseada em documentos e celulares apreendidos durante a operação, em março deste ano, que resultou na prisão dos irmãos Brazão. Durante esta nova investigação, foram coletados novos depoimentos, incluindo o do atual secretário de Polícia Civil, Marcus Amim, que estava lotado na delegacia de Vicente de Carvalho na época do crime.
Amim, atual secretário de Polícia Civil, apresentou informações que implicam a participação de cinco criminosos na execução, entre eles Adriano da Nóbrega e Ronnie Lessa. Amim procurou Barbosa e Lages para colaborar com as investigações, mas sua oferta foi rejeitada. A PF concluiu que Giniton já suspeitava de Lessa como potencial suspeito, mas não prosseguiu com a coleta de imagens que poderiam incriminá-lo.
Segundo o depoimento de Amim, Rivaldo teria recusado ouvir sua colaboração e direcionado para Giniton Lages, então responsável pela Delegacia de Homicídios da capital. Amim também informou ter mencionado cinco criminosos possivelmente envolvidos no crime, incluindo Adriano da Nóbrega, que, segundo ele, frequentava o Condomínio Floresta no Rio das Pedras para realizar execuções, e Ronnie Lessa, que saía da região do Quebra-mar ou de seu condomínio na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca.
A partir destas informações, a Polícia Federal concluiu que Giniton tinha conhecimento desde o início da possibilidade de Ronnie Lessa ser um suspeito do crime. No entanto, segundo o relatório, os policiais não avançaram na captação de imagens na Avenida Lúcio Costa, na orla da Praia da Barra, o que, segundo a PF, reforça a tese de que Giniton possuía conhecimento prévio da saída de Lessa do Quebra-mar, mas optou por não avançar no processo de captação de imagens.
Lessa e Élcio de Queiroz foram posteriormente presos e confessaram o crime, fornecendo detalhes que levaram à acusação dos mandantes. Rivaldo Barbosa foi preso após evidências sugerirem que tentou atrapalhar a apuração do caso e que teria planejado o crime a mando da família Brazão. Barbosa é acusado de aceitar propina para obstruir as investigações e de ter se reunido com os Brazão para assegurar que os mandantes não fossem identificados.
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