SUS vai oferecer medicamento para demência relacionada à Doença de Parkinson

Uma boa notícia para os pacientes com demência relacionada à Doença de Parkinson: a rivastigmina, medicamento indicado para o tratamento dessa condição, será disponibilizada de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) recomendou a inclusão do fármaco, e uma portaria com a decisão do Ministério da Saúde está prestes a ser publicada.

A rivastigmina é o único medicamento com registro específico para tratar a demência relacionada à Doença de Parkinson no Brasil. A Comissão decidiu recomendar sua utilização com base em evidências de que a substância tem se mostrado eficaz no controle dos sintomas cognitivos em pacientes com Parkinson, uma doença neurodegenerativa que afeta os movimentos. Segundo a Conitec, a demência associada à condição pode causar déficit de atenção, lentidão nos  pensamentos, problemas de memória, alucinações, delírios e apatia.

Atualmente, não há tratamento medicamentoso disponível no SUS para essa condição, e a rivastigmina é o único medicamento com indicação em bula e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para esse propósito.

Embora o tremor e a dificuldade de realizar tarefas motoras sejam os sintomas mais conhecidos do Parkinson, os sintomas cognitivos têm um forte impacto na qualidade de vida dos pacientes. Portanto, a disponibilidade gratuita da rivastigmina deve beneficiar significativamente os afetados.

Vale ressaltar que o Parkinson não tem cura, mas o SUS oferece tratamentos medicamentosos e fisioterapêuticos, além de implantes de eletrodos e geradores de pulsos para estimulação cerebral. Os pacientes em reabilitação também têm acesso a andadores e cadeiras de rodas.

Segundo o Ministério da Saúde, entre janeiro de 2023 e abril de 2024, foram realizados 51.255 procedimentos relacionados ao tratamento do Parkinson pelo SUS. O relatório analisado pela Conitec aponta que existem de 100 a 200 casos da doença para cada 100 mil indivíduos com mais de 40 anos.

O medicamento mais comumente utilizado para tratar o Parkinson é a Levodopa/carbidopa, que aumenta a quantidade de dopamina no organismo.

A inclusão da rivastigmina na lista de medicamentos gratuitos do SUS para tratar a demência relacionada à Doença de Parkinson é um passo importante na garantia de assistência adequada a esses pacientes.