Tarcísio anuncia coronel Mello Araújo como vice de Nunes para reeleição

Nesta sexta-feira (21), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, anunciou oficialmente que o ex-comandante da Rota, Ricardo Mello Araújo, do partido PL, será o vice na chapa de Ricardo Nunes, do partido MDB, na corrida pela reeleição em 2024. O nome do coronel aposentado da Polícia Militar já era especulado desde a semana passada, e foi confirmado durante uma agenda na zona sul da capital paulista.

Ricardo Mello Araújo foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, do partido PL, no início deste ano. O anúncio foi feito por Tarcísio de Freitas em um momento de desgaste do prefeito com seus aliados. O governador destacou que o coronel tem uma afinidade com o tema da segurança pública, que é muito importante para a cidade.

A estratégia de terceirização da escolha do vice foi adotada visando diluir o ônus de ter o ex-comandante da Rota na chapa. Com seu capital político crescente e sendo uma liderança política reconhecida nacionalmente, Tarcísio de Freitas daria uma validação ao nome de Mello Araújo, demonstrando publicamente a unidade da base, apesar das críticas nos bastidores.

Ricardo Nunes, por sua vez, afirmou à imprensa que não tinha conhecimento da data em que o anúncio seria feito. Tarcísio de Freitas ressaltou que a escolha do nome de Ricardo Mello Araújo foi uma convergência entre os 11 partidos que apoiam a reeleição de Nunes. O governador organizou um jantar para discutir o assunto com representantes das legendas no dia do seu aniversário.

Durante o anúncio, o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, do partido União, estava presente. No entanto, ele era um dos apoiadores que discordavam da escolha de Mello Araújo como vice.

Tarcísio de Freitas assumiu a liderança na articulação para que Mello Araújo ocupasse a vaga de candidato a vice, a pedido de Bolsonaro. Com o aval do governador e do ex-presidente, os nomes alternativos se tornaram praticamente inviáveis.

Ricardo Mello Araújo enfrenta resistência dentro do próprio partido. O presidente municipal do PL em São Paulo, Isac Félix, afirmou que o vice deveria ser alguém que agregasse mais votos.

Os aliados acreditam que Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes não tiveram outra alternativa senão aceitar o nome indicado por Bolsonaro. O voto bolsonarista é considerado essencial para o prefeito e o coronel é uma pessoa de confiança do ex-presidente, transmitindo uma mensagem aos eleitores bolsonaristas de que ele está envolvido com a campanha de Nunes.

O anúncio do vice foi acelerado para frear o crescimento do pré-candidato Pablo Marçal, do partido PRTB, nas pesquisas eleitorais. Marçal tem aparecido em terceiro lugar nas intenções de voto em alguns levantamentos, tirando votos de Nunes.

O pré-candidato tentava obter o apoio do PL para sua candidatura à prefeitura e chegou a se reunir com membros do partido para articular uma aliança. No entanto, Bolsonaro desautorizou qualquer articulação em favor de Marçal na legenda, expressando que o partido deve estar unido em torno de Ricardo Nunes.

Além de sua passagem pela Rota, Ricardo Mello Araújo também presidiu a Ceagesp, porém, sua gestão à frente da companhia foi criticada por sindicalistas. Segundo uma reportagem da Folha de S. Paulo, o Ministério Público do Trabalho ajuizou uma ação contra a empresa com base em relatos de funcionários sobre militarização dos espaços e abusos.

Com a terceirização da escolha e o anúncio de Tarcísio de Freitas, Ricardo Nunes conta agora com um novo vice em sua chapa para a disputa pela reeleição em 2024.

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