Tarcísio diz sem provas que PCC orientou voto em Boulos. Candidato vai à justiça
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Neste domingo de eleições, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicano, declarou que a inteligência do governo conseguiu interceptar mensagens do Primeiro Comando da Capital (PCC) incentivando votos para o candidato Guilherme Boulos, do PSOL, à prefeitura de São Paulo.
Tarcísio não apresentou provas concretas para embasar sua declaração. Em resposta, Boulos classificou a fala do governador como uma "declaração mentirosa" e entrou com um pedido de inelegibilidade contra Tarcísio.
Na ação movida por Boulos, o candidato acusa o governador de abuso de poder político, alegando que este fez acusações prejudiciais à sua campanha durante o horário de votação, o que poderia influenciar nas eleições. Além disso, a equipe de Boulos busca a cassação de registros de candidatura de Ricardo Nunes (MDB) e Ricardo de Mello Araújo (PL), supostamente beneficiados pelas declarações de Tarcísio.
A Segurança Pública de São Paulo informou que a Polícia Militar interceptou mensagens de facções criminosas que determinavam a escolha de candidatos em municípios como Sumaré, Santos e São Paulo, ainda que não tenha apresentado provas concretas sobre o caso.
Em outra frente, o PSOL, partido de Boulos, afirmou que Tarcísio deveria ser preso por crime eleitoral, rebatendo as acusações feitas pelo governador. Além disso, dados do Ministério Público Eleitoral apontam a preparação de ações para impedir a diplomação de doze candidatos eleitos em São Paulo, sendo dois prefeitos e dez vereadores.
A ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral, manifestou preocupação com a infiltração da criminalidade organizada nas eleições deste ano. Em Santos, uma carta atribuída ao PCC sugeria não votar em uma candidata específica, alegando que ela seria inimiga da facção criminosa na região.