Vazamento de 5,5 toneladas de água radioativa em Fukushima preocupa autoridades japonesas
ICARO Media Group TITAN
Uma falha nas operações de manutenção na usina nuclear de Fukushima, no Japão, resultou em um vazamento de aproximadamente 5,5 toneladas de água radioativa. A informação foi confirmada pela Tokyo Electric Power (Tepco), responsável pelas operações no local. Segundo a Tepco, a água vazada contém 22 bilhões de becquerels, unidade de medida para radioatividade.
O incidente ocorreu devido a válvulas de equipamentos de tratamento de água que foram deixadas abertas durante os trabalhos de manutenção. No entanto, as autoridades japonesas afirmam que não houve contaminação do ambiente externo. Os postos de monitoramento ao redor da usina, assim como as leituras do monitor de água dentro dela, não detectaram mudanças significativas.
Essa situação, no entanto, aumenta as preocupações sobre a segurança do processo de liberação da água radioativa tratada no Oceano Pacífico. No final de outubro do ano passado, dois funcionários que trabalhavam no local foram hospitalizados após entrarem em contato com a água radioativa. Eles não sofreram lesões, mas a Tokyo Electric Power reforçou a segurança das operações.
O descarte da água radioativa começou no dia 24 de agosto de 2023 e está sendo feito de forma gradual, com um máximo de 500 mil litros por dia, através de uma tubulação subaquática de um quilômetro. A liberação da água conta com a aprovação da Agência Internacional de Energia Nuclear e as autoridades japonesas garantem que é segura, pois a água foi totalmente tratada depois de ser usada para resfriar as barras de combustível da usina de Fukushima, que foi destruída por um tsunami e um terremoto em 2011.
Apesar dessas garantias, o plano japonês não é aceito por todos os países. A China, por exemplo, condena a liberação da água radioativa e anunciou a proibição da importação de frutos do mar do Japão, alegando contaminação dos produtos. Essas restrições já causaram uma queda de 30% nas vendas japonesas para a China, uma vez que Pequim é o maior comprador de frutos do mar do país vizinho.
Em 2011, um terremoto de magnitude 9 resultou em um tsunami que inundou os geradores de emergência da usina de Fukushima. A grande quantidade de água que invadiu o local ocasionou o superaquecimento dos reatores nucleares, causando uma contaminação radioativa em uma extensa área de mais de mil quilômetros quadrados. O terremoto e o tsunami resultaram na morte de aproximadamente 18 mil pessoas e na necessidade de deslocamento de mais de 160 mil habitantes da região.