Vencedora do Nobel da Paz inicia greve de fome na prisão por falta de cuidados médicos
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A ativista iraniana Narges Mohammadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2023, iniciou uma greve de fome na prisão de Evin, em Teerã, para protestar contra a ausência de cuidados médicos adequados para os presidiários e a obrigação do uso do véu pelas mulheres. A família da ativista divulgou um comunicado nesta segunda-feira, 6, expressando preocupação com a saúde e estado de Narges.
Narges Mohammadi, de 51 anos, é conhecida por seu ativismo em defesa dos direitos humanos, incluindo o combate à pena de morte e a luta pelos direitos das mulheres. Ela está detida na prisão de Evin desde 2021 e, no total, já foi presa por 13 vezes, condenada em cinco ocasiões e sentenciada a um total de 31 anos de prisão e 154 chicotadas.
Recentemente, a família de Mohammadi denunciou que as autoridades penitenciárias se recusaram a transferi-la para o hospital devido à recusa em utilizar o véu. Porém, segundo um eletrocardiograma realizado na prisão, o estado de saúde dela é frágil e exige internação urgente.
Em seu livro "White Torture" ("Tortura Branca", em tradução literal), Narges Mohammadi denuncia as condições de vida dos prisioneiros no Irã, principalmente aqueles em regime de isolamento, e relata os abusos que ela mesma sofreu.
Mohammadi recebeu o Prêmio Nobel da Paz em outubro de 2023 por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã. O reconhecimento aconteceu após o movimento de protesto no país pela morte de Mahsa Amini, que ocorreu há um ano, enquanto estava sob custódia policial. A jovem foi detida por supostamente violar as regras rígidas de vestimenta feminina do país.