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Israel demitirá professores que “apoiam” luta armada contra o país
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Israel demitirá professores que “apoiam” luta armada contra o país

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05/11/2024 14h59
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©David Silverman/Getty Images
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Jerusalém, 5 nov (EFE) - O Parlamento de Israel (Knesset) aprovou nesta terça-feira um projeto de lei que permite ao Ministério da Educação demitir sem indenização os professores que expressem “apoio” à luta armada contra o país.

A medida, promovida por legisladores do partido Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e do partido ultranacionalista Poder Judaico, de Itamar Ben Gvir, dá ao ministro da Educação autoridade para ordenar a expulsão de acadêmicos e reduzir o financiamento das instituições afetadas.

A proposta refere-se especialmente a educadores que demonstram apoio ou se identificam com “organizações terroristas” ou “atos terroristas”, termos usados indistintamente em Israel para se referir a ataques a civis ou ataques a militares israelenses cometidos por grupos armados palestinos, seja em território israelense ou em Cisjordânia e Faixa de Gaza.

O projeto de lei recebeu o apoio de 55 deputados, enquanto 45 votaram contra.

De acordo com a explicação da proposta, a regra visa principalmente as escolas em Jerusalém Oriental, onde há “incitação de menores contra o Estado de Israel junto com a glorificação de terroristas”.

“O efeito destrutivo de longo prazo pode se expressar no alto número de menores que vivem em Jerusalém Oriental e que cometem ou tentam cometer ataques terroristas”, afirma a medida.

No território ocupado de Jerusalém Oriental, anexado unilateralmente por Israel sem o apoio da comunidade internacional em 1980, pelo menos 15 palestinos foram mortos por tropas israelenses este ano, dos quais apenas seis foram mortos ao tentar atacar militares ou policiais, de acordo com a contagem da Agência EFE.

Dos mortos, oito eram menores de idade, incluindo uma criança de quatro anos que foi baleada dentro de um carro por militares israelenses em janeiro e um menino de 13 anos que foi baleado após acender fogos de artifício em março.

Uma proposta semelhante à que foi aprovada nesta terça-feira, visando especificamente as universidades israelenses, recebeu aprovação preliminar em julho e está em processo legislativo.

Na época, o líder opositor Yair Lapid advertiu contra a possibilidade de os políticos, e não o Poder Judiciário, decidirem o que constitui apoio ao terrorismo.

Desde os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, vários professores foram alvo e até mesmo presos por criticarem as Forças de Defesa de Israel (FDI) ou expressarem apoio à causa palestina.

No início de outubro, uma professora árabe-israelense da cidade de Nazaré, Intisar Hiyazi, foi presa por divulgar um vídeo de si mesma dançando no aniversário de 7 de outubro.

De acordo com a imprensa israelense, o vídeo foi veiculado por meio de um recurso da rede social TikTok que recupera vídeos publicados no mesmo dia do ano anterior, e o original foi disponibilizado na plataforma antes da divulgação das notícias sobre os ataques do Hamas.

A professora foi libertada pouco tempo depois, mas não antes de Ben Gvir, ministro da Segurança Nacional, publicar uma imagem da mulher, com os olhos vendados, dentro de uma viatura policial, junto com a frase “Tolerância zero para incitação e apoiadores do terrorismo!”. EFE

jdg/ma/rsd

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