Rússia proíbe adoção de crianças por cidadãos de países onde mudança de sexo é permitida
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Moscou, 12 nov (EFE).- Deputados da Rússia proibiram nesta terça-feira, por lei, a adoção de crianças por cidadãos de países onde a mudança de sexo é permitida, como Espanha, Itália e Alemanha.
“Temos que proteger os pequenos que não podem se proteger sozinhos”, afirmou o presidente da Duma (câmara baixa), Vyacheslav Volodin.
De acordo com os legisladores russos, “vários países estão deliberadamente tentando apagar os valores tradicionais” e sua política em relação às crianças “é desastrosa”.
“Um estrangeiro que tenha adotado uma criança russa pode, após retornar ao território de seu país, mudar o sexo, mas o pior é que ele também pode mudar o sexo da criança adotada”, declarou o presidente da Duma.
Volodin acrescentou que “o projeto de lei visa excluir qualquer possibilidade de adoção de crianças russas por representantes de comunidades LGBT”. Segundo ele, nas últimas três décadas, estrangeiros adotaram 102.403 crianças russas.
Em setembro, Anna Kuznetsova, vice-presidente da Duma, revelou que as adoções na Rússia por estrangeiros haviam cessado completamente.
“Durante sete anos, os estrangeiros adotaram 699 crianças russas. Entre 2018 e 2019 foram 529 crianças (adotadas), e entre 2020 e 2022, 164”, disse Kuznetsova.
Kuznetsova detalhou que em 2023, seis crianças foram adotadas por estrangeiros e este ano “o processo parou completamente”.
As autoridades russas começaram a restringir os requisitos de adoção para países que legalizaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2011.
Nesta terça-feira, também foi aprovada na Duma uma lei para punir a propaganda da ideologia “sem filhos”, que busca reconhecer o direito das mulheres de não terem filhos.
Essas medidas buscam reverter a drástica queda da taxa de natalidade no país e levá-la para os níveis de 1999.
A queda no número de filhos na Rússia está relacionada tanto à incerteza causada pela guerra quanto ao “buraco demográfico” em que o país se encontra. EFE
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