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4 regras de etiqueta para os encontros românticos de 1950
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4 regras de etiqueta para os encontros românticos de 1950

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Mega Curioso
08/02/2022 13h00
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O hábito de abrir a porta do carro, puxar a cadeira ou pagar a conta do restaurante, por exemplo, são costumes que habitam a ideia do cavalheirismo. Parte do machismo estrutural que integra a sociedade há anos, essas práticas ganharam destaque principalmente durante o século XX.

A mulher sempre foi colocada em uma esfera de que precisava ser "salva e bem cuidada" pelo homem, que deveria ser o objeto "provedor" de todo o seu sustento, enquanto ela arcava com a "única responsabilidade" de ser feminina, servi-lo, cuidar das tarefas domésticas e dos filhos, como "retribuição".

(Fonte: Reader's Digest/Reprodução)(Fonte: Reader's Digest/Reprodução)

Para ensinar essa estrutura desde cedo e mantê-la em constante manutenção, ainda mais em uma época que a América de 1950 progredia em vários aspectos, foram comercializados manuais contendo "regras de etiqueta em encontros românticos", vendidos em bancas de jornais com objetivo de atingir, principalmente, o público feminino.

A ideia era que os adolescentes e jovens adultos estudassem todas as regras que formavam um "bom homem" e uma "moça direita" — embora tudo isso não passasse de algo antiquado e muito machista. 

1. Apenas os homens deveriam propor um encontro

(Fonte: The Odyssey Online/Reprodução)(Fonte: The Odyssey Online/Reprodução)

A ideia de que meninos deveriam convidar meninas para sair era a regra menos sexista que todos os guias visavam ensinar. O homem sempre deveria perseguir a mulher, e nunca o contrário. Afinal, ele era visto como garanhão, enquanto ela seria denominada apenas como promíscua.

Como observa a Southern Living Magazine, a maior regra explícita nesse comportamento era “não seja fácil”. Uma garota jamais deveria aceitar um convite à primeira vista, por mais que desejasse. O charme servia não só para despertar mais atenção e, em tese, extrair o quão interessado o garoto estava, quanto mostrar que ela era tímida para esse tipo de convite — ou seja, uma moça “de família”.

2. Apresentar aos pais

(Fonte: Wizzley/Reprodução)(Fonte: Wizzley/Reprodução)

Enquanto hoje apresentar alguém aos pais é um processo que leva tempo, visto que está diretamente associado a uma firmação de relacionamento, no século passado deveria acontecer logo no primeiro encontro — e isso poderia não significar nada.

Como indica o Teen Guide to Homemaking, uma garota deveria ser buscada em casa para que seus pais pudessem conhecer minimamente o "pretendente" e suas intenções. 

Essa ideia partia do princípio que uma jovem não é capaz de julgar o caráter de um menino, e raramente sabe o que é melhor para si. Em muitos casos, se o jovem não passasse pelo crivo de um olhar austero do pai, ele era dispensado e o encontro cancelado.

Mas esse tipo de monitoramento não acontecia só cara a cara. Naquele tempo, as casas normalmente possuíam uma linha telefônica que passava pelo aparelho dos pais até que chegasse a dos filhos, e eles poderiam escutar toda a conversa pela famosa extensão.

3. O homem sempre decidiria o que comer

(Fonte: Good Housekeeping/Reprodução)(Fonte: Good Housekeeping/Reprodução)

No cenário de encontros e namoros de 1950, a mulher não poderia sair comendo o que quisesse, porque o homem ficava encarregado de fazer os pedidos — que, por vezes, estavam relacionados ao que ele acreditava que seria melhor para o casal jantar.

Em alguns casos, a mulher até poderia pedir o que quisesse, mas não deveria falar diretamente com o garçom ou garçonete, pois seria um comportamento desrespeitoso com o seu companheiro. Afinal, imagine o que as pessoas pensariam se um homem não soubesse o que era melhor para a mulher?

O The Litthe Things pontua que um encontro era tido como um evento social e o homem era considerado o anfitrião, portanto, esperava-se que não só ele cuidasse de tudo, como também pagasse a conta — até porque uma mulher fazer isso seria um ato emasculante para ele.

4. Fingir até conseguir                   

(Fonte: Wall Street Journal/Reprodução)(Fonte: Wall Street Journal/Reprodução)

No inglês existe o aforismo “Fake it 'till you make it”, algo como “Finja até que consiga”, e era exatamente essa uma das regras de namoro dos anos 50. No livro For Girls Only, de Frank Howard Richardson, ele aconselhava que as meninas enganassem seus namorados fingindo interesse em suas atividades, algo essencial para mantê-los.

Ou seja, no final das contas, ela precisaria abandonar alguns gostos e vontades próprias para suprir as de seu companheiro, podendo acompanhá-lo em lugares e atividades das quais não demonstrava interesse nenhum, só para fazê-lo se sentir bem e valorizado. Esse era considerado um plano sólido para a felicidade a longo prazo.

Um artigo de 1958 da McCall’s Magazine intitulado 129 Maneiras de Conseguir um Marido, também aconselhava as mulheres a fazerem e aprenderem tarefas apenas para impressionar seus maridos, evitando futuros abandonos e, possivelmente, casos extraconjugais. A mulher precisava estar sempre à altura do que o homem esperava dela.

Ainda que todos esses aspectos possam parecer a você algo absurdo e datado, muitos deles ainda prevalecem no senso comum da sociedade. E, para as mentes conservadoras, os movimentos e conscientizações que visam derrubar essas regras, por vezes, são determinados como os frutos de uma geração perdida e consumida pela "praga do feminismo".

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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