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A cruel indústria de experimentos e testes em cachorros
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A cruel indústria de experimentos e testes em cachorros

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Mega Curioso
27/12/2021 18h30
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Há milhares de anos, antes mesmo de sonharmos em inventar a internet ou de iniciarmos uma Revolução Industrial, o ser humano encontrou um parceiro inusitado para a sua jornada: o lobo. Aos poucos, o laço entre essas duas raças foi se tornando cada vez mais próximo e os caninos foram sendo domesticados. 

Logo, a temperatura de seus corpos e temperamento mudaram; seus crânios, dentes e patas encolheram; suas orelhas caíram; e eles se tornaram criaturas mais dóceis e menos amedrontadoras. Eles aprenderiam a reconhecer as expressões humanas e se tornariam nossos aliados. Então, os lobos teriam virado cachorros, fiéis escudeiros, amados, queridos e explorados pelos seres humanos. 

Domesticação dos cães

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

Os cachorros foram as primeiras criaturas domesticadas pelos seres humanos — muito antes dos gatos, galinhas, vacas e por aí vai. Esse, inclusive, é um ponto importante para entendermos como a relação do humano com a natureza mudou. Entretanto, para que esses cães pudessem ser domesticados, foi necessário que o DNA dos lobos fosse cruzado milhares de vezes.

Assim surgiram os primeiros cães. Mas como qualquer coisa que acontece na natureza, o ser humano não estava satisfeito. A partir de um determinado momento histórico, nós passamos a realizar cruzas selecionadas para alcançar novas raças de cães com habilidades especiais.

O objetivo era que essas raças tivessem um melhor desempenho físico, seja para servir pelos fins de caça, pastoreio e assim por diante. No intervalo de um século, 160 raças foram criadas. Alguns desses animais, no entanto, foram tão desconfigurados pela indústria de experimentações que muitos deles passaram a desenvolver problemas de saúde ao longo da vida.

Raças desfiguradas pelo homem

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

Exemplos de raças de cachorro que apresentaram complicações nos últimos 100 anos devido à influência humana não faltam. O Bull Terrier, raça representada na animação Toy Story (1995), é uma das raças que cresceu muito diferente em relação à original.

Esses cães acabaram desenvolvendo um crânio mais alongado do que o normal e tiveram seu abdômen encorpado. Essas mudanças físicas fizeram com que eles passassem a apresentar muito mais doenças de pele, por exemplo. Além disso, cães dessa raça podem ter vários problemas na arcada dentária.

Outro caso clássico de como as modificações genéticas se tornaram um pesadelo na vida dos cães pode ser visto através dos cachorros da raça Pug. Essa raça — em conjunto com os buldogues, por exemplo —, teve seus focinhos encurtados e achatados geneticamente, o que resultou em olhos esbugalhados, pressão alta, problemas no coração e no sistema respiratório, dificuldade de manter a temperatura do corpo estável, entre outros problemas graves de saúde.

Crueldade científica

(Fonte: DxE/The Intercept)(Fonte: DxE/The Intercept)

E para quem é apelidado de "melhor amigo do homem", existem momentos que fica difícil acreditar que os seres humanos gostam tanto dos cachorros assim. Nos Estados Unidos, um verdadeiro festival de horrores ameaça a vida de cães criados para uso único em experimentações científicas.

Se os norte-americanos demonstram repulsa aos festivais na China e na Coréia do Sul onde cachorros são mortos para servir como alimento, a maneira como essas criaturas são exploradas na América do Norte para fins coorporativos e acadêmicos não fica muito para trás.

De acordo com o Relatório de Uso de Animais, divulgado pelo Ministério da Agricultura dos EUA, cerca de 61 mil cães foram usados para experimentações científicas apenas em 2016. Frequentemente, esses testes não envolvem qualquer finalidade médica, mas sim interesses comerciais triviais e, em quase todos os casos, os cães fornecem pouco ou nenhum valor científico exclusivo.

Crueldade disfarçada de avanço científico

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

Entre os laboratórios que realizam experimentos em cachorros, existe uma raça em específico que parece ser a favorita: os Beagles, considerados ideais por conta de sua personalidade dócil e confiança no ser humano. Portanto, aquilo que lhes torna os companheiros perfeitos também faz com que sejam os mais manipuláveis para estudos.

Mesmo em situações em que os estudos são considerados dentro da lei, os experimentos podem ser aterrorizantes. Os Beagles são propositalmente induzidos a passar fome e em um estado de sede intensa para induzir um comportamento que, de outra forma, não se envolveriam. 

Por vezes, são criados para desenvolver doenças severas ou ter seus órgãos arrancados para que possam ser estudados mais de perto. Eles são alimentados à força com detergentes, pesticidas e substâncias químicas industriais ao ponto de vomitarem e até mesmo morrerem continuamente. Isso tudo para que nós, seres humanos, possamos provar um ponto.

Em anos recentes, tem crescido a noção dentro do mundo corporativo de que o uso de experimentações em animais está associado à crueldade e é vista com maus olhos por boa parte da população. Mesmo assim, muitos desses cães ainda dependem de grupos de ativistas para serem resgatados dos laboratórios onde são torturados como cobaias e conseguirem chegar a um lar de amor e confiança.

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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