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Fungo parasita transforma formigas em zumbis
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Fungo parasita transforma formigas em zumbis

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Mega Curioso
03/10/2021 19h00
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Você é do tipo de pessoa que acredita na possibilidade de um apocalipse zumbi ? Pois saiba que já existem organismos na natureza capazes de fazer algo como no jogo The Last of Us (2013), da Naughty Dog. Esse é o caso do fungo Ophiocordyceps camponoti-floridani, que consegue infectar formigas e manipular o comportamento delas de uma forma benéfica para seu crescimento e transmissão.

As formigas infectadas, então, são batizadas de "formigas zumbis". Influenciadas pelo parasita, elas escalam até um ponto alto de uma árvore e mordem um dos galhos, pendurando-se nele até o momento de sua morte. Depois disso, são digeridas pelo fungo e se transformam em um canal para que o parasita espalhe seus esporos.

Interação parasitária

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

O mecanismo molecular por trás da mudança de comportamento das formigas ainda é algo pouco explorado pela iCência — assim como outras interações parasitárias em que o comportamento de um hospedeiro é controlado por um parasita. Entretanto, esse é um campo que vem sendo aprofundado por pesquisadores da Universidade de Utrecht, na Holanda.

"Nós sequenciamos o genoma do fungo e determinamos todos os genes nele. Isso nos dá uma ferramenta importante com a qual podemos examinar esse sistema em detalhes", afirmou o pesquisador de fungos Robin Ohm em declaração à imprensa. Ao analisar os genes de ambas as criaturas, os cientistas pretendiam conseguir uma maior percepção de como eles atuam e interagem durante a mudança de comportamento.

Em geral, esse tipo de fungo produz determinadas toxinas — enterotoxinas e aflatrem —, assim como todos os tipos de compostos tóxicos associados à perturbação do comportamento de exploração por recursos alimentícios das formigas. Por conta disso, diversos genes envolvidos na Neurobiologia, na percepção de odor e no relógio biológico eram afetados durante essa interação. 

Famílias de parasitas

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Ao todo, pesquisadores estimam que possam existir mais de 200 espécies de Ophiocordyceps  capazes de manipular insetos de 10 ordens diferentes, assim como aranhas. Porém, nem todos os casos registrados necessariamente envolvem mudança de comportamento nos hospedeiros.

Segundo um estudo desenvolvido pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, o fungo Ophiocordyceps unilateralis não chega nem perto do cérebro para conseguir controlar as formigas zumbi. Utilizando um tipo de microscópio fluorescente, os pesquisadores notaram que as colônias de fungos se formam principalmente ao redor dos músculos.

Isso sugere que o fungo lance seu controle mental por meio de compostos bioativos que interferem no sistema nervoso da formiga e controlam os hospedeiros diretamente em seus membros do corpo. Como a infecção é sempre letal, os fungos costumam atacar apenas algumas formigas de uma colônia por vez para garantir que as populações continuarão crescendo no futuro.

Dificuldade de estudos

Como nem todos os fungos conseguem crescer em laboratório, apenas algumas espécies foram possíveis de ser analisadas mais de perto durante os últimos anos. É por isso que, embora o tema seja muito interessante e complexo, poucas instituições têm dados bastante aprofundados sobre como as interações parasitárias funcionam.

Na China, o fungo Ophiocordyceps sinensis coloniza lagartas de mariposas-fantasmas e irrompe de suas cabeças como um chifre de unicórnio. Na Medicina tradicional tibetana, essa combinação de espécies é vista como um importante estimulador imunológico, tratamento para câncer ou até mesmo produto afrodisíaco.

Apesar de não existir nenhum dado científico que comprove essas propriedades medicinais, algumas bactérias simbióticas realmente conseguem ajudar seus hospedeiros a processar mais nutrientes. Sendo assim, a busca pelo aprofundamento de informações no futuro pode ser essencial para que a medicina humana avance ainda mais. 

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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