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Hananuma Masakichi fez a estátua mais realista do mundo de si mesmo
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Hananuma Masakichi fez a estátua mais realista do mundo de si mesmo

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Mega Curioso
21/04/2022 18h00
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Quando o assunto é estátua de cera realista, é muito provável que você tenha como referência a artista Marie Tussaud (1761-1850), que começou no ramo de modelagem após aprender tudo com o Dr. Phillipe Curtius, um médico para o qual trabalhou. Apesar de seu nome ser imortalizado no famoso museu Madame Tussaud, em Londres, a mulher era francesa e deu início a sua carreira modelando vítimas da Revolução Francesa antes de se mudar para a Inglaterra e atingir o estrelato na arte.

O que Tussaud ou até mesmo o Dr. Curtius faziam é fruto da arte japonesa milenar de criar as iki-ningyo, mais conhecidas como "bonecas iki de tamanho natural", que se tornaram populares durante o período Edo, compreendido entre 1603 e 1868, no Japão. As obras de artistas, como Yasumoto Kamehachi e Matsumoto Kisaburo, contribuíram para começar um movimento de extremo realismo de bonecas de cera.

Olhar para a história desse movimento artístico que inspirou nomes como Tussaud, é ver o trabalho pouco lembrado do escultor japonês Hananuma Masakichi.

A perfeição em madeira

(Fonte: Pinterest/Reprodução)(Fonte: Pinterest/Reprodução)

Infelizmente, pouca coisa se sabe sobre a carreira de Masakichi, bem como de sua vida pessoal. Acredita-se que ele tenha nascido em meados de 1832, no Japão, cujas obras consideradas preciosas para a história das bonecas iki sobreviveram em coleções dos museus Ripley’s Believe it or Not, nos EUA, e do Sheffield Museum, em Londres.

A mais notória obra realista de Masakichi que deixou os historiadores de arte chocados, foi um autorretrato que ele teria feito para sua amada esposa quando descobriu que sofria de tuberculose, aos 53 anos, doença que causou sua morte em 1895.

(Fonte: Pinterest/Reprodução)(Fonte: Pinterest/Reprodução)

Ele usou vários espelhos posicionados em ângulos diferentes para conseguir copiar do formato a textura de seu corpo, chegando a usar o próprio cabelo e pelos do corpo na estátua, inserindo-os em mínimos furos na madeira e colocando cada folículo por vez. Masakichi também imitou todas as veias aparentes, tendões tensionados, músculos e ossos abaixo da superfície da madeira, ainda que a estátua fosse oca. No total foram 2 mil peças individuais esculpidas e coladas de maneira tão perfeita que nem mesmo com uma lupa era possível perceber.

Quando atingiu o estágio final de sua doença, o escultor decidiu usar seus dentes, unhas dos pés e das mãos em sua obra. Masakichi a finalizou em algum momento de 1885, na cidade de Yokohama, e a notícia de seu feito extraordinário se espalhou rapidamente quando ele a revelou. Imóvel na mesma posição ao lado da estátua, ninguém conseguia diferenciar qual era o Masakichi verdadeiro.

Um marco esquecido

Robert Ripley. (Fonte: Maritime Fun Group/Reprodução)Robert Ripley. (Fonte: Maritime Fun Group/Reprodução)

Dez anos após ter concluído sua magnum opus, Masakichi sucumbiu à doença e faleceu sem nunca ter ganhado um tostão com seu talento extraordinário. Em algum momento a estátua do homem foi parar na Califórnia, aparecendo em bares e restaurantes de entretenimento, principalmente no San Francisco Art Saloon, até que o empresário americano Robert Ripley ouvisse falar dela.

O homem ficou fascinado pelo Masakichi de madeira, mas só conseguiu comprá-lo quando ficou famoso com o jornal, programa de rádio e televisão Believe It or Not, que apresentava curiosidades e fatos estranhos ao redor do mundo.

(Fonte: Granger/Reprodução)(Fonte: Granger/Reprodução)

Ripley passou 20 anos procurando pela estátua até encontrá-la em uma loja de velharias, em 1934, adquirindo-a por apenas US$ 10. Ela foi enviada para ser exibida na Feira Mundial de Chicago, depois passou grande parte de seu tempo na Ilha Bion, onde foi usada por Ripley para pregar pegadinhas nas pessoas com seu realismo surreal.

A estátua de Masakichi está em exibição no Ripley’s Odditorium, em Amsterdã.

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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