Idosos solitários vivem menos e são menos ativos
Mega Curioso
O estudo realizado em Singapura e no Japão quantificou, pela primeira vez, os efeitos da solidão na velhice e na expectativa de saúde. O ano de 2019 foi um marco, pois o número de adultos com mais de 30 anos representou metade da população global total pela primeira vez na história. Isso significa que, em breve, boa parte da população será idosa.
Assim, a solidão entre os idosos torna-se um problema de preocupação social e de saúde pública. Com a pandemia e as medidas de distanciamento físico, os idosos ficaram com o bem-estar físico e mental ainda mais vulneráveis. Para diminuir esses riscos, em 2018, o Reino Unido lançou uma estratégia nacional para combater a solidão e, em 2021, o Japão nomeou um "Ministro da Solidão".
Cientificamente, a solidão é um fenômeno subjetivo ou autopercebido no qual um indivíduo sente uma discrepância entre suas relações sociais desejadas e reais. A solidão difere de estar sozinho, pois o isolamento físico é um estado objetivo, que significa pouco contato social. No caso da solidão, ela representa a percepção ou sentimento de alguém que se sente isolado socialmente, mesmo entre outras pessoas.
A pesquisa descobriu que idosos que se consideram solitários podem esperar uma vida mais curta do que seus colegas que não se percebem nesse estado. (Fonte: Pixabay/Reprodução)
Analisando os dados de mais de 3.000 cidadãos, os pesquisadores estimaram o número de anos que as pessoas mais velhas, com 60, 70 e 80 anos, podem esperar viver e se elas se consideram “não solitários”, “às vezes solitário” ou “principalmente” solitários.
O estudo realizado por cientistas da Duke-NUS Medical School de Cingapura e Nihon University em Tóquio no Japão mostrou que pessoas com 60 anos, que se percebem solitárias, podem viver de três a cinco anos a menos, em média, comparado a seus pares que não se consideram solitários. O mesmo ocorre em idosos de 70 e 80 anos que podem, em média, viver de três a quatro anos a menos, em comparação com seus pares.
Estudos anteriores descobriram que os níveis de solidão são maiores nas sociedades coletivistas, sendo assim, poderá ter um impacto negativo na sociedade de Singapura. (Fonte: Freepik/Reprodução)
Além disso, usando os mesmo dados, os pesquisadores constataram que a percepção da solidão tem um efeito semelhante em dois tipos de expectativa de saúde: anos restantes de vida vividos em um estado de boa saúde e anos restantes vividos sem limitações quanto às atividades diárias, como tomar banho e vestir-se.
Singapura foi escolhida, pois é um cenário relevante para o estudo, já que o país tem uma população que envelhece rapidamente e uma cultura coletivista, na qual as relações e interconexões são centrais.