Talibã ou Taleban: entenda as variações e se há uma forma correta
Mega Curioso
Nos últimos dias o mundo todo está prestando atenção nos acontecimentos no Afeganistão. Afinal, após 20 anos longe do poder, o Talibã retomou o governo do país. Mas deixando o conflito de lado, outra coisa que tem gerado confusão na cabeça de muitas pessoas é sobre a forma correta de se escrever o nome do grupo radical. Afinal, dependendo do caso é posssível encontrar talibã, taleban ou taliban, por exemplo.
Por dentro do assunto
O aportuguesamento da palavra aconteceu tanto aqui quanto do outro lado do Atlântico, em países que falam o português.
Aliás, essas variações ocorrem com quase todas as palavras que são provenientes de línguas que não usam o alfabeto romano, também conhecido como latino, que é esse do teclado de nossos computadores.
(Fonte: Pixabay/ Reprodução)
O que temos aqui é uma transliteração. Ou seja, no lugar de buscarmos uma palavra que tenha o mesmo sentido (traduzir), adaptamos o termo para que seu som na língua original seja reproduzido por meio de nosso alfabeto (transliterar). Por exemplo, Kabul e Cabul, ou Kyoto e Quioto.
Dito isso, não existe uma forma correta para se escrever o nome do grupo radical afegão em português. O que acontece é que cada veículo escolhe usar a forma que mais pareça ser útil ao seu estilo.
No entanto, vale fazer uma observação: na língua portuguesa, não são muitas as palavras que usam a consoante N no final, a exemplo de hímen e abdômen.
Por isso, é muito mais comum vermos talibã, quando o objetivo é falar do grupo, e talibãs para se referir aos seus integrantes. Contudo, taleban/taliban e talebans/talibans, tem ganhado espaço na comunicação brasileira nos últimos tempos.
Atenção!
A transliteração, que basicamente é trocar as letras utilizadas na escrita de uma palavra no seu alfabeto original, pelas letras correspondentes num outro alfabeto, a exemplo da feita com a palavra taleb de onde vem o termo talibã e os demais, não pode ser usada em todos os casos.
No livro A imprensa e o caos na ortografia, do jornalista Marcos Castro, o professor Mansour Chalita cita o exemplo de Corão, usado por muitos veículos de comunicação de forma inadequada. Isso porque tem a ver com a etimologia da palavra. Ou seja, retirar o al de alcorão seria como pronunciar outras palavras de origem árabe sem o al, como (al)cool, (al)fândega, (al)goz ou (al)gebra.