Túneis esconderam obras de artes dos nazistas na Inglaterra
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Em 1938, quando as tropas nazistas invadiram a Polônia e deram início à Segunda Guerra Mundial, Winston Churchill decretou a Kenneth Clark (então diretor do Museu Britânico): “esconda-os em cavernas e porões, mas nenhuma imagem sairá desta ilha”.
Na ocasião, o ex-primeiro-ministro havia sido questionado se a coleção da galeria deveria ser transportada de navio para o Canadá. No verão de 1940, os Aliados sofriam com o cerco dos nazistas, que os havia feito recuarem em Dunkirk, derrubando a França, a Áustria e a Tchecoslováquia. Assim, uma invasão pelo céu era uma questão de tempo para a Grã-Bretanha.
(Fonte: BBC/Reprodução)
Todas as pinturas do museu haviam sido removidas e distribuídas entre a Universidade de Gales, em Bangor; a Biblioteca Nacional do País de Gales, em Aberystwyth; o Castelo de Caernarfon, ao sul de Gales; a propriedade de Trawsgoed; e o Castelo de Penrhyn. Com a situação da guerra piorando, o governo britânico decidiu transportar as obras de artes para uma mina de ardósia desativada nas montanhas Manod Mawr.
Máximo cuidado e proteção
(Fonte: Listin USA/Reprodução)
Estima-se que só a Biblioteca Nacional de Gales abrigou 46 caixas de livros manuscritos e impressos da Universidade de Cambridge, além de mais de mil fotos e 82 livros. Entre os artefatos, estavam a Carta Magna, desenhos de Leonardo da Vinci, pinturas de Rembrandt, Rubens e Velásquez do Dulwich College; cartas dos reis e das rainhas da Inglaterra; bem como manuscritos de Shakespeare. Desse modo, o arquiteto Charles Holden foi o responsável por projetar um túnel no afloramento rochoso perto do edifício principal para abrigar mais de 100 toneladas de itens do Museu Britânico.
(Fonte: Wales Online/Reprodução)
As cavernas, por serem muito úmidas, precisaram ser aquecidas e ventiladas de modo adequado e constante para garantir a preservação dos pergaminhos, papiros e papéis centenários. Para fazer essa manutenção, cerca de 20 funcionários vindos de várias partes do País de Gales se revezaram nas cavernas, sendo que o estudioso Victor Scholderer chegou a dormir nos túneis para se certificar de que o sistema de ventilação continuaria funcionando durante a noite.
As cavernas britânicas serviram para preservar as obras de arte tanto dos bombardeios nazistas quanto de sua fama por roubos ao longo de toda a guerra. As instalações funcionaram até 23 de maio de 1945.