Você sabe como o filtro solar funciona?
Mega Curioso
Já dizia Pedro Bial: "Use filtro solar". Quem é ligado em skincare — ou, em bom português, cuidar da pele — sabe que protegê-la da ação nociva dos raios solares é um dos hábitos mais importantes para mantê-la saudável.
Para isso, recomenda-se evitar a exposição ao sol, especialmente em horários de maior intensidade, além de passar protetor solar nas áreas mais expostas do corpo. A questão é: como que o filtro solar protege a pele, na prática?
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Os tipos de raios solares — e a proteção dos filtros
Os principais tipos de radiação solar que atingem à pele são os raios ultravioleta A (UVA) e UVB. Os raios UVA estão associados ao envelhecimento da pele e ao carcinoma de células escamosas, segundo tipo mais comum de câncer de pele.
Já o tipo mais frequente da doença, o carcinoma basocelular, é associado aos raios UVB — que também são os que causam as queimaduras, que deixam a pele vermelha .
De modo geral, os filtros solares nos protegem dos dois tipos de radiação. Mas os números que vemos nas embalagens, de FPS (fator de proteção solar), se concentram nos raios UVB.
O número de FPS significa a parcela de raios UVB que o filtro solar deixa passar. Na prática, quando o FPS é 15, significa que 1/15 dos raios UVB penetra sua pele — ou 1/30, e por aí vai...
Sendo assim, é importante observar que nenhum protetor solar oferece proteção total contra os efeitos nocivos da radiação. Um protetor com FPS 30, por exemplo, bloqueia cerca de 97% dos raios UVB.
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Absorver e bloquear
De modo geral, protetores com FPS 30 são o suficiente para a maioria das pessoas. Porém, como nenhum creme neutraliza 100% dos raios UVA e UVB, devemos continuar evitando as exposições desnecessárias ao sol, além de usar roupas e chapéus para auxiliar na proteção.
Dito isso, é interessante entender o que exatamente os filtros solares fazem com os raios que atingem nossa pele — afinal, eles agem de forma diferente de outros tipos de proteção.
Os filtros solares comuns também são chamados de protetores químicos. Eles penetram na pele, de modo que absorvem a radiação, sem esta prejudicar nossas células. É por isso, aliás, que precisamos aplicá-los 20 ou 30 minutos antes da exposição ao sol.
Já os protetores físicos ou inorgânicos têm substâncias que refletem a radiação, que nem chega a entrar nas nossas células.
Como esses produtos também não penetram na pele, são indicados para pessoas que têm alergias ou pele mais sensível, como bebês. Era bem comum que esse tipo de filtro deixasse uma camada branca, bem visível, mas agora há compostos que ficam transparentes — quase como os protetores químicos mais usados.
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Fonte: Shutterstock
A regra da colher de chá
Outro ponto importante: os números de FPS consideram a aplicação correta do filtro solar — algo que nem todo mundo faz... Estima-se que as pessoas usam apenas metade do necessário, sem falar que esse protetor pode "se perder" no suor ou na água, quando nos banhamos.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia afirma que devemos seguir a "regra da colher de chá", passando o equivalente uma colher de chá no rosto, uma na cabeça e outra no pescoço, além de duas colheres de chá de filtro solar em partes maiores do corpo, como torso e costas.
Também se engana quem pensa que filtro solar só é necessário no verão, em praias e piscinas. Os raios UVA, de fato, são mais presentes no verão — mas os raios UVB, que mais contribuem para o carcinoma basocelular, têm distribuição uniforme pelo ano inteiro, incluindo o inverno.
Dito isso, a ciência comprova que os protetores solares realmente ajudam a prevenir o câncer de pele. Esse é um dado difícil de obter com clareza, já que seria preciso um grupo de controle que não usasse protetor e se expusesse ao sol mesmo assim — o que seria antiético.
Ainda assim, um grupo de cientistas australianos, que analisou dados de milhares de pessoas nesse país conseguiu detectar que os casos de melanoma caem pela metade em pessoas que usavam filtro solar regularmente. Por isso, siga o conselho de Pedro Bial.