Chef de cozinha russo é preso por organizar ações de "hostilidade" em Paris
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Um chef de conzinha russo que vive na França há 14 anos foi preso sob suspeita de conspiração com uma potência estrangeira para realizar atos de "desestabilização em larga escala" durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024. A prisão ocorreu no domingo, durante uma operação em seu apartamento no centro de Paris, onde foi encontrado um documento relacionado a uma unidade de forças especiais russas operando sob o comando do FSB, sucessor da KGB.
Uma investigação judicial foi aberta sobre as alegações de compartilhamento de "informações com uma potência estrangeira com o objetivo de provocar hostilidades na França", crime punível com até 30 anos de prisão. A conspiração alegada não é considerada relacionada ao terrorismo.
Preparativos para a cerimônia de abertura
A cerimônia de abertura dos Jogos de Paris 2024 será realizada às margens do Sena, na sexta-feira (26) às 13h (horário de Brasília). Há preocupações de que a Rússia possa tentar interferir nos eventos.
Gérald Darmanin, ministro do Interior da França, confirmou que "outros indivíduos russos" foram presos em meio a evidências de tentativas de espalhar desinformação antes dos Jogos. "Acreditamos fortemente que ele iria organizar operações de desestabilização, interferência, espionagem", disse Darmanin à BFM TV. "Agora ele está no sistema judiciário, que poderá confirmar as suspeitas da polícia."
Desinformação e tentativas de interferência
Darmanin destacou um vídeo que circulava, alegadamente de um membro do Hamas, anunciando um ataque iminente porque a França receberia atletas israelenses. "Não temos certeza, mas parece ser falso e ter sido espalhado por canais pró-Kremlin e pró-Rússia", acrescentou o ministro.
Os promotores de Paris informaram que a busca no apartamento do russo detido foi realizada a pedido do Ministério do Interior da França. De acordo com informações da mídia francesa, agentes encontraram evidências de que o homem estava preparando um "projeto de grande escala" que poderia ter "sérias" consequências durante as três semanas de jogos.
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Conexões e monitoramento
O jornal Le Monde informou que os serviços de inteligência interceptaram uma ligação, dois meses atrás, entre o suspeito e um operador dos serviços de inteligência russos, na qual o indivíduo afirmou que "os franceses terão uma cerimônia de abertura como nunca houve antes."
O chef, treinado em Paris e participante de reality shows na Rússia, se descrevia como "chef privado." Ele chegou à França em 2010 e trabalhou em um restaurante estrelado pela Michelin em Courchevel antes de se mudar para Paris em 2012.
Monitorado por meses, ele foi interceptado em maio, retornando de uma viagem a Istambul. A polícia o prendeu às 6h de domingo, encontrando "documentos de interesse diplomático" em seu apartamento na Rua Saint-Denis, margem direita do Sena.
Preocupações com cibersegurança
No mês passado, a Microsoft afirmou que a Rússia estava tentando minar as Olimpíadas com a criação de sites falsos replicando veículos de mídia franceses e o uso de inteligência artificial para alimentar preocupações sobre violência e terrorismo.
Darmanin disse que as autoridades haviam investigado mais de um milhão de pessoas para garantir que "o esporte não seja usado para espionagem, ciberataques ou para criticar e, às vezes, até mentir sobre a França e os franceses."
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