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A incrível história do zoológico na Torre de Londres
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A incrível história do zoológico na Torre de Londres

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Tecmundo
08/03/2025 14h30
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Os turistas que visitam Londres costumam colocar em seu itinerário o imponente complexo de edificações chamado de Torre de Londres. O local é importantíssimo para a história da Inglaterra, e já serviu como residência real, casa da moeda e até como prisão.

O que nem todo mundo sabe é que este local já hospedou o primeiro zoológico da cidade. Uma grande variedade de animais exóticos foi mantida neste espaço por mais de 600 anos, onde eram exibidos para diferentes públicos e às vezes até estudados por pesquisadores. Esta é a sua fantástica história.

O zoológico da Torre de Londres

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A Torre de Londres está entre os principais pontos turísticos da Inglaterra. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

Chamado oficialmente de Palácio Real de Sua Majestade e Fortaleza da Torre de Londres, o local é um complexo de edificações de pedra localizado no centro de Londres, na margem norte do Rio Tâmisa. Toda a estrutura foi inaugurada no fim de 1066 e se tornou um verdadeiro símbolo da cidade.

As torres presentes serviram para várias funções: foram um palácio onde residia a família real, arsenal, sede da Casa da Moeda Real, cartório e até atuaram como uma prisão para perseguidos da monarquia. Mas talvez o fato mais inusitado sobre a Torre de Londres é que ela abrigou um zoológico real.

O espaço existiu durante o século XIII, entre os reinados dos reis João e Henrique III. Mas tudo começou durante o reinado de Henrique I, quando governantes estrangeiros passaram a presenteá-lo com animais exóticos como leões, camelos, leopardos, linces e até um porco-espinho.

Isso provavelmente se iniciou em 1235, quando Henrique III recebeu três animais descritos como "leopardos" (mas que provavelmente eram leões) do Sacro Imperador Romano Frederico II. Eles não foram escolhidos por acaso: os leões combinavam com o brasão do rei e, portanto, tinham um forte significado simbólico.

Os bichos foram então mantidos em um local chamado de Woodstock, que funcionava como um zoológico mas também como uma espécie de campo de caça. Ao chegar ao período do rei João, os animais foram transferidos para a Torre de Londres, e seu número começou a aumentar. Em 1252, o rei Haakon IV da Noruega enviou um urso polar e, em 1255, o rei Luis IX da França mandou de presente um elefante que havia sido capturado durante as Cruzadas.

Como funcionava o zoológico?

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Estátua do urso polar que viveu na Torre de Londres. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

Com o aumento do número dos animais, também aumentaram os custos. O mais impressionante é que os governantes resolveram cobrar os gastos do povo! Henrique III, por exemplo, chegou ao ponto de taxar o povo de Londres para pagar por um espaço para manter o seu elefante.

Mas havia ainda outro problema: ninguém entendia muito bem sobre biologia, e não sabiam do que os bichos se alimentavam. Isso fez com que dessem carne para o elefante (eles são herbívoros) e até um galão de vinho para que ele bebesse diariamente. Obviamente, isso fez com que o animal morresse bem rápido.

Embora hoje se chame aquela iniciativa de zoológico, o fato é que ele não foi pensado exatamente para que os plebeus os visitassem. O propósito do zoológico real estava diretamente ligado ao prestígio pessoal do monarca. Os reis se orgulhavam de ter ganhado aquelas criaturas exóticas, o que era um sinal de respeito entre os estrangeiros. Por isso, os visitantes nobres tinham permissão de ver os animais (com o tempo, o espaço foi aberto a públicos mais amplos).

Mas, mais uma vez, havia a questão dos custos altos. Por isso, durante o reinado de Elizabeth I, o público poderia visitar o zoológico de graça, mas tinha que levar sempre um cachorro ou um gato – ele seria usado justamente para alimentar os leões.

Houve também vários episódios contestáveis e perigosos. No fim do século XVII, uma mulher chamada Mary Jenkinson foi visitar os leões ao lado de um conhecido que aparentemente cuidava deles. Em um certo momento, Mary tentou acariciar a pata de um leão e foi prontamente atacada: o animal agarrou "o meio do braço com suas garras e boca, e arrancou sua carne do osso". Os médicos até tentaram amputar o braço de Mary, mas ela acabou morrendo.

O zoológico foi aos poucos se popularizando e, em 1822, foi posto aos cuidados de um profissional especialista em animais, o que fez com que o local se expandisse e passasse a abrigar cerca de 300 animais de 60 espécies. Entre eles, estavam incluídos grandes felinos, lobos, ursos, elefantes, cangurus, zebras e inúmeras espécies de pássaros e répteis exóticos.

Por fim, em 1828, a London Zoological Society abriu um zoológico no Regent"s Park, que existe até hoje. Isso aumentou também uma polêmica sobre o bem estar dos bichos na Torre de Londres. Assim, o Duque de Wellington decidiu realocar a maioria dos animais para o zoológico no Regent"s Park, enquanto outros foram vendidos para circos itinerantes. E o período em que a Torre de Londres abrigou animais ficou registrado apenas como um capítulo obscuro da história da Inglaterra.

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Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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