Assange é autorizado a recorrer contra a extradição para os EUA; relembre o caso
Tecmundo
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi autorizado a recorrer contra o pedido de extradição para os Estados Unidos nesta segunda-feira (20). A decisão foi anunciada pelo Tribunal Superior de Londres, na Inglaterra, país em que o ativista australiano está preso desde 2019.
Com a permissão para apelar dada pela Suprema Corte britânica, Assange poderá contestar as garantias de segurança dadas pelo governo americano. Seus advogados argumentam que o processo possui motivação política e temem que os direitos da primeira emenda da Constituição dos EUA não lhe sejam garantidos, por se tratar de um estrangeiro.
Agora, a equipe de defesa terá um tempo a mais para preparar o recurso, questionando se os tribunais americanos irão mesmo proteger seu direito à liberdade de expressão sendo um cidadão australiano. Por enquanto, não há um prazo definido para que a apelação seja julgada.
Os defensores também devem pedir que o julgamento de Assange ocorra no Reino Unido. Vale lembrar que o julgamento deste recurso é a última tentativa de evitar a extradição do programador e jornalista para o território americano, onde ele corre o risco de ser condenado a até 175 anos de prisão.
Por que os EUA querem extraditar Assange?
A justiça americana tenta extraditar Julian Assange há mais de uma década, após ele publicar milhares de documentos secretos do país entre 2010 e 2011. O material sugere que militares dos EUA mataram civis durante a guerra no Afeganistão e aponta mais abusos cometidos por autoridades americanas em outros países.
O vazamento teria colocado vidas em risco ao expor as identidades de colaboradores dos militares no Oriente Médio, de acordo com o Departamento de Justiça dos EUA. Por causa disso, o ativista foi indiciado, recebendo 17 acusações por espionagem e uma relacionada ao uso indevido de computadores.
Diversas personalidades têm se manifestado em defesa de Assange desde o início das tentativas de extradição, como o presidente Lula. Ontem (19), o chefe do executivo disse esperar que “a perseguição contra Assange termine e ele volte a ter a liberdade que merece o mais rápido possível”, em postagem no X (antigo Twitter).