Fundador do Telegram diz que mensagens de ucranianos estão seguras
Tecmundo
O cofundador e responsável pelo mensageiro Telegram, Pavel Durov, publicou uma carta nas redes sociais a respeito da invasão da Ucrânia em andamento pela Rússia há quase duas semanas, além de falar sobre o funcionamento do próprio aplicativo em períodos tão difíceis.
Em resumo, Durov garantiu que a privacidade dos usuários está garantida durante a guerra e também reforçou que não possui qualquer laço com o governo de Vladimir Putin, apesar de ter nascido e começado a carreira de empresário no país.
Pelo contrário, ele viveu discordâncias com Putin por se recusar a entregar dados de usuários — e foi esse o motivo que o levou a sair do país. Mesmo assim, a mensagem de Durov deixa de lado um ponto importante: o Telegram não possui a criptografia de ponta a ponta habilitada por padrão, o que pode gerar uma falsa sensação de segurança nos usuários e não impedir vazamento de mensagens ou invasões, especialmente em meio a uma guerra cibernética de grandes proporções.
Leia trechos da carta de Pavel Durov
"Se você segue minhas postagens, sabe que do lado de minha mãe, eu tracei minha árvore genealógica a partir de Kiev. (...) É por isso que esse conflito trágico é pessoal tanto para mim quanto para o Telegram. Algumas pessoas se perguntaram se o Telegram seria menos seguro para ucranianos, porque uma vez eu morei na Rússia. Deixe-me contar a essas pessoas como a minha carreira na Rússia acabou.
Nove anos atrás, eu fui o CEO do VK, a maior rede social de Rússia e Ucrânia. Em 2013, a agência de segurança russa, FSB, ordenou que eu desse a eles dados privados de ucranianos que protestavam contra um presidente pró-Rússia. Eu me recusei a fazer isso, porque significaria trair os usuários ucranianos. Depois disso, eu fui demitido da companhia que fundei e forçado a deixar a Rússia.
Durov na época de VK.
Eu perdi minha empresa e minha casa, mas faria tudo de novo - sem pensar. (...) Quando eu desafiei as demandas deles, o risco era alto para mim. (...) Muitos anos se passaram desde então. Muita coisa mudou: eu não moro mais na Rússia, não tenho mais empresas ou funcionários lá.
Mas uma coisa permanece a mesma - eu defendo os nossos usuários não importa o motivo. O direito deles à privacidade é sagrado. Agora, mais do que nunca".