Internet da Ucrânia tem quedas por ataques cibernéticos russos
Tecmundo
Uma das mais importantes linhas de defesa da Ucrânia, a sua sofisticada rede de internet, está começando a dar sinais de desestabilização, após constantes ataques cibernéticos da Rússia. Com interrupções sucessivas na semana passada, a estratégia russa de danificar as redes de informação ucranianas ameaça comprometer a guerra de propaganda, na qual o país atacado tem conseguido importantes vitórias diplomáticas sobre Moscou.
Conforme observações divulgadas no Twitter, na quinta-feira passada (10), pelo diretor de análise de internet da empresa norte-americana Kentik, Doug Madory, grandes paralisações em nível nacional derrubaram as principais provedoras de internet ucranianas, Ukrtelecom e Triolan, a primeira por 40 minutos e a segunda por mais de um dia.
Combates virtuais e físicos
Na quinta-feira (10), a Triolan, um coletivo de operadoras de rede de banda larga independentes da Ucrânia, divulgou um comunicado no Telegram explicando a queda do tráfico na web ocorrida por volta das 22h30 (horário local), como uma “segunda onda de ataques cibernéticos” russos. Os hacks atingiram de tal forma os roteadores que foi impossível restabelecer remotamente os serviços.
No caso da Ukrtelecom, uma ex-estatal agora controlada por Rinat Akhmetov, o homem mais rico do país, os ataques russos vêm ocorrendo desde o dia 5 de março. A última atualização da empresa reportou que, após o restabelecimento das conexões por equipes da holding System Capital Management (SCM) em diversas cidades, as interrupções continuavam em Chernihiv, Sumy e Kherson, devido a intensos combates físicos nas regiões.
O dono da Ukrtelecom, Akhmetov, que estava em prisão domiciliar por apoiar ex-líder ucraniano Victor Yanukovych, deixou o país em um jato particular no dia 13 de fevereiro, pouco mais de uma semana antes da invasão russa, segundo jornais locais. Embora tenha financiado a campanha do político alinhado aos interesses de Putin, o oligarca chamou o líder russo de “criminoso de guerra” em entrevista à Forbes.