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Islândia se prepara para a erupção do vulcão Fagradalsfjall
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Islândia se prepara para a erupção do vulcão Fagradalsfjall

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Tecmundo
16/11/2023 17h30
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A Islândia encontra-se em estado de emergência desde o dia 11 de novembro, face ao risco de erupção do vulcão Fagradalsfjall, localizado na Península de Reykjanes, a cerca de 40 quilômetros a sudoeste da capital Reykjavik. Os 4 mil moradores da pequena cidade de Grindavik tiveram que deixar suas casas no final da semana passada, depois que os cientistas apontaram a existência de um bolsão de magma abaixo do local. 

Depois do registro oficial de mais de dois mil terremotos, grandes rachaduras apareceram na terra, deslizando irregularmente sob os edifícios da cidade costeira, dividindo ruas ao meio e espalhando vapor no ar. Apesar de o magma ainda não ter fervido na superfície, os vulcanólogos acreditam que isso é apenas uma questão de tempo. 

Há muito que a Península de Reykjanes convive com explosões vulcânicas. Depois de um sono de 800 anos, o Fagradalsfjall derramou lava em um vale remoto da região, em março de 2021. Depois disso, duas outras erupções ocorreram, porém foram consideradas efusivas, ou seja, com alta emissão de lava, mas baixa explosividade.

Mapa do provável dique vulcânico da região da Península de Reykjanes, na Islândia.Mapa do provável dique vulcânico da região da Península de Reykjanes, na Islândia.

A intensa atividade vulcânica que ocorre na Península de Reykjanes se deve ao fato de esse braço de terra estar localizado exatamente onde as placas tectônicas da América do Norte e da Eurásia se separam. O corte na litosfera permite que o magma borbulhe periodicamente na superfície, uma espécie de "espetáculo" buscado por turistas que visitam o país.

Embora uma quarta erupção do Fagradalsfjall fosse considerada inevitável, os pesquisadores acreditavam que ela pudesse ocorrer de forma relativamente segura, longe dos centros populacionais, ou até mesmo no mar. 

No entanto, de acordo com o Gabinete Meteorológico da Islândia, um túnel de magma de 15 quilômetros se formou debaixo da península, indicando que há uma forte erupção iminente. Segundo as autoridades, uma “intrusão de dique”, fissura de magma que se comprime entre as rochas da crosta terrestre pode ter se infiltrado sob Grindavik, a cerca de 800 metros de profundidade.

Em um pior cenário, a erupção do Fagradalsfjall pode extinguir  Grindavik.

Em um pior cenário, a erupção do Fagradalsfjall pode extinguir Grindavik.

Embora as preocupações iniciais sobre a possibilidade de uma erupção sem precedentes estejam diminuindo, os vulcanólogos ainda temem que uma grande quantidade de lava possa fluir diretamente para Grindavik e suas vizinhanças. “Os próximos dias serão repletos de incertezas”, afirma o sismólogo de vulcões da Universidade de Cambridge, Tom Winder, à National Geographic. 

Isso porque ainda existe uma pequena chance de o magma não conseguir abrir para a superfície, o que poderia abortar a erupção. Mas há também um cenário, o pior, no qual a cidade possa ser inteiramente destruída, em meio a explosões e intensa produção de cinzas caso a lava chegue até o mar. 

Se isso ocorrer, dizem os especialistas, as consequências deverão ficar restritas ao país, não constituindo um problema internacional, como o que ocorreu em 2010, quando a erupção do vulcão Eyjafjallajökull, debaixo de uma calota de gelo, lançou uma extensa coluna de cinzas de longa duração, que fechou temporariamente o espaço aéreo de uma faixa da Europa.

Coincidentemente, alguns dias antes das manifestações do Fagradalsfjall, um estudo publicado na revista Nature Communications propôs uma explicação sobre os mecanismos envolvidos nas fontes de lava, o perigoso espetáculo visual que determina a forma singular de erupção do vulcão islandês.

Aproveitando as condições excepcionais que se seguiram à erupção de março de 2021, uma equipe de pesquisadores, liderada por vulcanólogos da Universidade da Islândia, realizou medições espectroscópicas de gases vulcânicos durante 16 ciclos de repouso da fonte. 

Estudando a composição química da fonte de lava, os cientistas concluíram que ela se formou como resultado "de ciclos de pressão dentro de uma cavidade rasa e cheia de magma". À medida que o magma sobe, o aumento do gás forma uma camada de espuma no teto da gruta. Quando essa camada se desfaz, causa o aumento das bolhas de gás que criam uma sobrepressão dinâmica que impulsiona as fontes.

Por que a Islândia é considerada a terra dos vulcões?

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🔴 Fenda emanando vapor surge na cidade de Grindavik na Islândia em meio a possibilidade de uma grande erupção vulcânica no país

Cidades inteiras foram evacuadas com a previsão de uma das maiores erupções vulcânicas do século pic.twitter.com/bQqX8J5pVQ

November 13, 2023

Situada na chamada dorsal mesoatlântica, local onde as placas tectónicas da América do Norte e da Eurásia se separam 2 cm a cada ano, a Islândia é uma das regiões mais vulcânicas do planeta. Durante milhões de anos, uma nuvem produzida pela rocha derretida sai daquela fenda e às vezes chega até a superfície, chegando a formar uma ilha nova no caminho. 

A cada quatro anos, ocorre pelo menos uma erupção dos 32 vulcões ativos no país, com direito a rios de lava interferindo na paisagem gelada. Uma dessas erupções, a do vulcão Laki/Skaftareldar em 1783, dizimou quase um quarto da população do país. Em 2010, o Eyjafjallajokull expeliu 330 milhões de metros cúbicos de material e cinzas a mais de nove mil metros de altura durante uma semana.

No dia 14 de novembro de 1963, uma nova ilha de 2,7 quilômetros surgiu do nada, depois que uma violenta erupção vulcânica submarina atingiu a superfície, algo que pode voltar a ocorrer agora. Embora meio erodida pelas ondas, a ilha de Surtsey evoluiu de um ambiente vulcânico e estéril em um laboratório natural formado por plantas, insetos e aves.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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