Lula diz que Big Techs lucram com ódio no país e defende taxação
Tecmundo
O presidente Lula (PT) pediu por mais regulação para Big Techs. Em entrevista à TV Record, o chefe do poder executivo disse que as empresas "têm muito lucro com a disseminação do ódio" no país e defende taxação dessas gigantes.
"Não é possível que essas empresas continuem ganhando dinheiro disseminando mentiras, disseminando inverdades, fazendo provocação, campanha contra vacina, sem levar em conta nenhum compromisso com a verdade", criticou Lula na entrevista.
Sem mencionar nenhuma plataforma específica, Lula disse que as companhias permitem "aberrações" para gerar lucro.
Lula defendeu uma "regulação urgente" para as Big Techs. "Porque essas empresas não pagam imposto no Brasil. Essas empresas ganham bilhões de publicidade, essas empresas têm muito lucro com a disseminação do ódio nesse país e no mundo inteiro", continuou.
Na conversa, Lula exigiu que o Congresso se posicione sobre o assunto. Ele se mostrou disposto a debater a proposta com parlamentares e empresas. "[Quero] construir uma proposta ouvindo os empresários, ouvindo todo mundo. A gente não quer deixar ninguém de fora. O que não pode é continuar do jeito que está", pontuou.
"Essas empresas têm controle e elas não podem, para ganhar dinheiro, permitir aberrações que a gente vê todo santo dia nas redes digitais desse mundo. E são meia dúzia de empresas", disse o presidente.
Lula quer reestabelecer discussões
Nesta semana, Lula vai se reunir com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para reestabelecer a discussão sobre a regulação das Big Techs, anunciou o presidente.
Atualmente, um projeto de lei que determina regulação de redes sociais passou pelo Senado, mas ainda precisa ser validado pela Câmara dos Deputados. O PL teve votação adiada em maio de 2023, quando o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) defendeu a elaboração de um texto "mais maduro".
O projeto de lei em questão é o PL 2630/20 elaborado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania). O texto ficou conhecido como "PL das Fake News" e estabelece uma série de regras, como a remuneração de conteúdo jornalístico, mas foi alvo de críticas de grandes companhias .