Crime planejado: pai usou cartão de crédito e pagou R$13 reais em veneno que matou o filho
TNH1
A Polícia Civil de Alagoas detalhou, nesta quarta-feira (29), como Matheus Soares Omena do Santos planejou o assassinato do próprio filho, o pequeno Anthony Levy Nascimento dos Santos, de apenas quatro anos. O menino morreu após passar mal nessa última segunda-feira, 27, em uma creche, no bairro São Jorge, em Maceió.
De acordo com as investigações, o pai de Anthony Levy, que foi preso na tarde de hoje, teria comprado o veneno usado para cometer o crime em um estabelecimento, no bairro do Jacintinho, parte alta da capital alagoana. O raticida, também conhecido como "chumbinho", de comercialização ilegal, teria custado R$13 reais e Matheus teria pagado o produto usando um cartão de crédito.
"Depois de ter negado o crime e após perceber que a polícia tinha diversos elementos que levavam até ele a autoria da morte da criança, o pai decidiu confessar o crime. Ele disse que comprou o veneno por R$13 reais e utilizou um cartão de crédito para fazer o pagamento. A compra gerou um comprovante impresso, que conseguimos ter acesso. O jovem disse que comprou o veneno e planejou o crime por alguns dias, até chegar na execução, que foi nessa última segunda-feira", disse o delegado-geral de Alagoas, Gustavo Xavier.
Matheus Soares Omena do Santos confessou o crime à polícia. Foto: Reprodução/TV Pajuçara
As investigações ainda apontam que o veneno teria sido comprado por Matheus, na última quarta-feira (22), cinco dias antes do crime.
"Foi um homicídio qualificado, com a utilização de veneno, um raticida. Esse tipo de veneno, conhecido como "chumbinho" é comercializado de maneira ilegal. Ele comprou esse veneno na semana passada em um estabelecimento comercial, no Jacintinho. E, logo após a compra, ele, que já estava planejando a morte do próprio filho, decidiu concretizar esse crime nessa última segunda-feira. A criança foi sepultada no dia do próprio aniversário. Ela estaria comemorando 5 anos", completou Xavier.
Para a polícia, Matheus tentou confundir as investigações criando alguns álibis. Um deles foi ter mudado a rotina para deixar o menino na creche, local onde ele descartou o frasco do veneno usado no crime.
"Não há dúvidas sobre a autoria desse crime. Em nenhum momento, a polícia vislumbra a participação de outra pessoa. Ele agiu sozinho e cometeu o crime sozinho. Isso tudo de forma fria e calculista, demonstrando nenhum sentimento pela vida do filho", finalizou o delegado Igor Diego, diretor da DRACCO.
Vídeo mostra pai descartando frasco de veneno - Uma câmera de segurança flagrou o momento em que o pai do menino Anthony Levy Nascimento dos Santos descartou o frasco que continha a substância "chumbinho", usada para envenenar e matar a criança de apenas quatro anos. As imagens são do circuito interno de segurança de uma creche, que fica localizada no bairro São Jorge, parte alta de Maceió. (Veja aqui o vídeo ).
O caso - A Polícia Civil de Alagoas informou que prendeu, no início da tarde desta quarta-feira, 29, o pai do menino Anthony Levy Nascimento dos Santos, de apenas quatro anos. A criança faleceu na segunda-feira, 27, após passar mal em uma creche, no São Jorge, em Maceió. Mas as investigações avançaram e resultaram na prisão do suspeito. O pai confessou que matou o filho com chumbinho, agrotóxico vendido ilegalmente, comprado no bairro do Jacintinho.
O menino morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jacintinho, após passar mal durante uma atividade no Centro Municipal de Educação Infantil [CMEI] Paulo Freire, no bairro São Jorge. Anthony estava praticando uma atividade, quando teria relatado à professora que não estava se sentindo bem, quando foi socorrido e levado à UPA.
Procurada, a Secretaria Municipal de Educação de Maceió (Semed) informou lamentar profundamente o falecimento da criança e disse que o menino foi rapidamente socorrido por professoras da própria unidade, para a UPA mais próxima, onde chegou a receber atendimento médico.
O laudo da necropsia indicou a presença de substância estranha no suco gástrico, informou o Instituto Médico Legal de Maceió.