#AstroMiniBR: uma ejeção de massa coronal canibal rumo à Terra
Tecmundo
Todo sábado, o TecMundo e o #AstroMiniBR reúnem cinco curiosidades astronômicas relevantes e divertidas produzidas pelos colaboradores do perfil no Twitter para disseminar o conhecimento dessa ciência que é a mais antiga de todas!
#1: Alerta de auroras nos polos do planeta!
O Sol é a principal fonte de energia de todo o Sistema Solar. Em uma única hora, ele produz mais energia do que toda a quantidade de energia utilizada por todos os seres humanos em um ano! Um dos eventos solares mais impressionantes e um dos mais relacionados com o nosso planeta é a ejeção de massa coronal. Trata-se da liberação de plasma solar (constituído principalmente de íons e elétrons livres extremamente energéticos) e campo magnético que acompanha a coroa do Sol (que é o seu envoltório luminoso) para o vento solar, que por sua vez será emanado para todas as direções. Uma ejeção de massa coronal costuma ser associada a explosões na superfície do Sol e outras formas intensas de atividade. Durante tais eventos, conhecidos também como tempestades magnéticas, o fluxo de partículas emanado pode atingir o campo magnético da Terra que funcionará como um escudo e irá redirecionar essas partículas para os polos do planeta. Nessas regiões, o fluxo de partículas irá entrar em contato com as moléculas das camadas superiores da atmosfera terrestre e esse encontro irá produzir os belíssimos fenômenos luminosos conhecidos como as auroras polares: se elas ocorrem no polo norte, serão chamadas de auroras boreais ao passo que se ocorrerem no polo sul, serão chamadas de auroras austrais. Esse é um fenômeno comum não só na Terra, mas em praticamente todos os planetas do Sistema Solar que possuem campos magnéticos!
#2: A convenção dos Anéis no Sistema Solar
Ao contrário do que se possa pensar, Saturno não é o único planeta gigante detentor de um sistema de anéis no nosso condomínio cósmico. Na realidade, anéis aparentam ser estruturas relativamente comuns em muitos planetas no Universo. No Sistema Solar, por exemplo, além de Saturno, os outros três planetas gigantes gasosos, Júpiter, Urano e Netuno, possuem anéis ao seu redor. De fato, eles não são tão exuberantes e majestosos quanto os de Saturno, mas estão lá, tênues e ligeiramente finos. Essas estruturas são compostas de pedaços de gelo e rocha que variam em tamanho, indo desde poucos centímetros a até algumas dezenas de metros. Acredita-se que os anéis sejam formados quando asteroides, cometas ou quaisquer outros objetos grandes como luas passam muito perto do planeta e são dilacerados pela gravidade do planeta. Passar “muito perto” significa cruzar um ponto no espaço entre eles, chamado de Limite de Roche, onde esse corpo não conseguirá mais se manter coeso por sua própria gravidade e será destruído pela força esmagadora do planeta ao qual orbita.
#3: O comportamento excêntrico de Urano
No grupo de amigos planetários, certamente Urano seria aquele colega diferentão. Ao passo que todos os planetas do Sistema Solar possuem eixos de rotação relativamente verticais, uns variando um pouco mais ou um pouco menos em relação à inclinação do eixo (a Terra, por exemplo, tem seu eixo de rotação inclinado em aproximadamente 23º), Urano gira em torno de si próprio praticamente deitado: seu eixo de rotação está inclinado em cerca de 98º. Modelos teóricos sugerem que isso é devido a uma grande colisão entre Urano e um outro corpo celeste com o tamanho aproximado da Terra. Além disso, existem modelos que defendem a colisão não com um, mas com dois objetos de tamanho significativo, tudo isso em momentos distintos, porém muito próximos ao período de nascimento do Sistema Solar como um todo.
#4: Uma colisão cósmica em um sistema estelar longínquo
O sistema HD 166191 é uma estrela jovem localizada a cerca de 329 anos-luz de distância de nós na direção da constelação de Sagitário. Combinando observações dessa estrela com o telescópio espacial Spitzer, da NASA, com observações feitas por telescópios na superfície, uma equipe de astrônomos descobriu uma nuvem de detritos na zona terrestre da estrela. Acredita-se que essa nuvem tenha sido criada por um grande impacto envolvendo objetos de várias centenas de quilômetros de tamanho. Essa descoberta, que foi publicada na revista Astrophysical Journal, é importante porque olhar para discos de detritos empoeirados em torno de estrelas jovens significa, na linguagem da física, olhar para trás no tempo e ver os processos que podem ter moldado o nosso próprio Sistema Solar!
#5: Um telescópio nas alturas
O Observatório Estratosférico para Astronomia Infravermelha (SOFIA, no acrônimo em inglês) é um telescópio acoplado a uma aeronave Boeing 747SP modificada. Trata-se de um telescópio refletor de 2,7 metros que funciona perfeitamente em grandes altitudes: ao voar para a estratosfera terrestre, o telescópio SOFIA fica acima de 99% da parcela da atmosfera que bloqueia a chegada da radiação em infravermelho na superfície da Terra. Desse modo, estar no avião possibilita uma observação muito mais nítida nesses comprimentos de onda, permitindo que os astrônomos estudem o Sistema Solar e diversos outros aspectos do nosso Universo.