Hipopótamos conseguem reconhecer uns aos outros pela voz, mostra estudo
Tecmundo
Pesquisadores descobriram que hipopótamos são capazes de reconhecer uns aos outros através da voz, e reagem de forma mais agressiva quando ouvem vozes desconhecidas. A descoberta foi publicada na revista Current Biology na última segunda-feira (24) e pode auxiliar na conservação dessa espécie, segundo o estudo.
O experimento foi realizado com sete grupos de hipopótamos da espécie Hippopotamus amphibius na Reserva Especial de Maputo, em Moçambique. Os pesquisadores gravaram as vozes emitidas pelos animais e reproduziram os sons para cada grupo: uma vez usando vozes do mesmo grupo, outra com vozes de um grupo vizinho e uma com vozes de um grupo mais distante, que eles nunca haviam visto.
O que os pesquisadores perceberam foi que os animais reagiram de forma mais agressiva ao ouvir as vozes do grupo desconhecido, demonstrando que eles são capazes de diferenciar outros indivíduos apenas pela voz. Para os pesquisadores, isso mostra que a voz tem um papel muito importante nas relações sociais dos hipopótamos, algo que havia sido pouco estudado no passado.
Descoberta pode ajudar na conservação da espécie
Gravações de voz podem ser usadas para reduzir agressividade entre grupos de hipopótamos. (Fonte: Unsplash/Michael Rodock)
Segundo o estudo, a descoberta pode ajudar a reduzir a agressividade entre diferentes grupos na hora de realocar os animais, uma medida importante de conservação da espécie.
Quando populações são transferidas de um local para outro, é comum que aconteçam conflitos quando diferentes grupos de hipopótamos se encontram.
Para resolver isso, os pesquisadores sugerem usar as descobertas do estudo para diminuir a agressividade entre os grupos. "Antes de realocar um grupo de hipopótamos para uma nova área, uma precaução pode ser transmitir suas vozes através de um alto-falante para os grupos que já moram no local para que eles se acostumem a eles e sua agressividade diminua gradativamente," diz Nicolas Mathevon, um dos autores do estudo.
"O inverso, em que os animais que serão movimentados se acostumem com as vozes de seus novos vizinhos antes de chegarem, também pode ser considerado", conclui.
ARTIGO Current Biology