5 curiosidades astronômicas da semana #AstroMiniBR [30/07]
Tecmundo
Toda sexta-feira, o TecMundo e o AstroMiniBR reúnem cinco curiosidades astronômicas relevantes e divertidas produzidas pelos colaboradores do perfil no Twitter para disseminar o conhecimento dessa ciência.
#1: O outro lado da lua!
Uma das perguntas mais comuns para os entusiastas de astronomia é: se a Lua gira, por que nunca vemos seu outro lado? De fato, nosso satélite natural possui, além do movimento de translação em torno da Terra (e, consequentemente, também em torno do Sol), o movimento de rotação, em que gira ao redor do seu próprio eixo.
Porém, nós sempre vemos a mesma face da Lua por conta de um fenômeno conhecido como rotação sincronizada, bastante comum entre sistemas de dois corpos no Universo, em que o período orbital do objeto que está em órbita (nesse caso, a Lua) é igual ao seu período de rotação ao redor do objeto principal (a Terra) e, por isso, sempre apresenta a face do mesmo hemisfério. Graças à tecnologia e às missões espaciais lunares, sondas como a Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) da NASA, que está atualmente em órbita da Lua, nos trazem imagens em alta definição de como esse outro!
#2: “O nitrogênio em nosso DNA, o cálcio em nossos dentes, o ferro em nosso sangue...”
Como surgem os elementos químicos? Uma boa parte da quantidade total de hidrogênio e de alguns outros elementos leves, como o hélio, foram criados nos primeiros momentos após o início do Universo, no Big Bang. Com o decorrer de milhões de anos, esses átomos foram se aglomerando devido a atração gravitacional até chegar ao ponto em que se formaram as primeiras estrelas. As estrelas, por sua vez, são alimentadas por um processo chamado fusão nuclear, no qual dois núcleos atômicos se fundem dando origem a um novo elemento.
Por grande parte do tempo, o combustível principal é justamente o hidrogênio, que se funde em átomos de hélio e, à medida que estes vão se esgotando, a estrela funde átomos mais pesados, até chegar ao ferro. Elementos mais pesados que o ferro, como o ouro, são forjados quando as estrelas massivas morrem, em um dos eventos mais energéticos do universo: as supernovas!
#3: O Sistema Solar em ultravioleta!
Embora nossa visão seja restrita à pequena faixa do espectro eletromagnético conhecida como luz visível, diversos telescópios são equipados com instrumentos e filtros que os tornam capazes de observar o universo em faixas que são invisíveis aos nossos olhos, como as micro-ondas, as ondas de rádio, o infravermelho, o ultravioleta e até mesmo os raios-X.
A grande vantagem de estudar o universo nessas faixas é detectar estruturas e fontes de radiação que não conseguimos fazer diretamente. Observações no ultravioleta, por exemplo, são excelentes em verificar as demarcações entre diferentes camadas nas atmosferas dos planetas gasosos, como Júpiter e Saturno, e também são importantes para detectar as diferentes composições químicas do material que formam seus anéis.
#4: O nascimento de uma lua fora do Sistema Solar!
Falando em outras faixas do espectro eletromagnético... recentemente o radiotelescópio ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), localizado no deserto do Atacama, no Chile, detectou um fenômeno inédito para os nossos olhos: o surgimento de uma exolua, isto é, o nascimento de uma lua orbitando um planeta fora do Sistema Solar! Embora mais de 4 mil planetas fora do Sistema Solar já tenham sido descobertos até então (e esse número aumenta rapidamente), essa foi a primeira vez que o surgimento de uma lua em um discoproplanetário foi detectado com nitidez suficiente.
Neste disco, é possível ver o planeta em seus primeiros estágios de formação e, junto a ele, uma pequenina estrutura, identificável como a exolua!Essa é uma evidência direta que dá suporte ao principal modelo de formação de planetas, inclusive aqueles pertencentes ao Sistema Solar. Segundo esse modelo, os planetas se formam através do acúmulo de matéria que colapsa devido a ação da gravidade e, eventualmente, formam estruturas cada vez maiores até tomarem a forma esférica e dominarem a sua órbita ao redor da estrela.
#5: Quão tecnológico pode ser um avião?
Sim, a NASA possui um telescópio que voa! Conhecido como SOFIA, o Observatório Estratosférico de Astronomia Infravermelha (Stratospheric Observatory For Infrared Astronomy) é uma aeronave Boeing 747 modificada para comportar um telescópio refletor de 2,7 metros e estudar o universo no infravermelho. Isso inclui estudar a composição química de atmosferas e superfícies planetárias e de cometas, estudar a física e a química do meio interestelar e explorar como se formam os objetos celestes como estrelas e asteroides.
Mas por que fazer tudo isso dentro de um avião? A atmosfera da Terra é uma grande filtro para as ondas eletromagnéticas no infravermelho, por isso, ao voar na estratosfera a uma altitude de aproximadamente 12 quilômetros, o avião-telescópio SOFIA fica acima de 99% da parcela da atmosfera que bloqueia essa radiação, permitindo aos astrônomos observarem o Sistema Solar e o restante do universo desimpedidos da limitação imposta por esse filtro natural!