Cientista da Ethereum declara-se culpado por ajudar Coreia do Norte
Tecmundo
Considerado pelo The New York Times uma espécie de "hacker cult" em um perfil de 2008, o cientista de criptomoedas da Fundação Ethereum, Virgil Griffith, declarou-se culpado de conspiração para ajudar a Coreia do Norte a driblar as sanções americanas e usar a tecnologia blockchain. Segundo a Bloomberg, a confissão foi parte de um acordo com os promotores, perante o juiz P. Kevin Castel, do Tribunal Distrital Sul de Nova York (Manhattan).
Griffith havia sido preso em 2019, quando participou de uma conferência de tecnologia de criptomoedas realizada na capital da Coreia do Norte, Pyongyang, mesmo sendo alertado do risco de sua participação no evento pelo Departamento de Estado dos EUA. Ao ser preso posteriormente em Los Angeles, o programador foi acusado de fornecer informações técnicas sobre blockchain ao governo do ditador Kim Jong-Un.
Logo após a prisão, o cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, publicou uma petição em sua conta no Twitter pedindo a libertação de Griffith, afirmando: “Não acho que o que Virgil fez tenha dado à DPRK [República Democrática Popular da Coreia] qualquer tipo de ajuda real para fazer algo ruim”. Os advogados de Griffith também argumentaram no processo que ele apenas forneceu informações básicas, que são encontradas facilmente na internet.
Por que Virgil Griffith foi preso?
Fonte: Shutterstock/Reprodução
A sentença de Griffith está agendada para 18 de janeiro de 2022, e ele corria o risco de encarar uma pena de 20 anos de prisão por conspiração por ajudar a Coreia do Norte, um país sujeito às chamadas sanções secundárias. O acordo firmado com os promotores envolvia a admissão de culpa, em troca de uma redução da pena para entre 63 e 78 meses de prisão.
Griffith respondia às acusações sob fiança, mas esta foi revogada pelo juiz ao detectar um aumento considerável no valor das participações de Virgil em criptomoedas, o que teoricamente, lhe daria meios e incentivos para fugir do país.