Facebook: 360 milhões usam a rede social compulsivamente
Tecmundo
Há pouco mais de um mês, uma ex-funcionária do Facebook vazou documentos internos que revelam como a rede social usava o ódio para aumentar o engajamento. Recentemente, o Wall Street Journal publicou novos documentos, reforçando que a rede social não faz bem aos usuários.
Os novos vazamentos revelam que a companhia realizou uma pesquisa para entender como os usuários são afetados. Assim, os pesquisadores descobriram que 12,5% das pessoas que usam a rede social sofrem com problemas para dormir, no relacionamento e até no trabalho.
A porcentagem representa 360 milhões de pessoas que utilizam compulsivamente a rede social, prejudicando o dia a dia dos usuários. A pesquisa, realizada há alguns anos por uma equipe dentro do Facebook, foi finalizada em meados de 2019 — as descobertas foram reveladas durante uma apresentação interna em março de 2020.
Vício ou uso problemático?
"Estou no Facebook todos os dias, a cada momento. Literalmente, a cada momento; mas não quando estou no chuveiro", revelou um dos participantes da pesquisa.
O Facebook classificou a reportagem como irresponsável e revelou estar estudando os efeitos problemáticos da rede social
Conforme os documentos, os pesquisadores descobriram que alguns usuários não conseguem ter controle sobre o tempo que passam no Facebook e acabam passando por vários problemas pessoais, como perder a produtividade no trabalho, deixar de lado a qualidade de sono e destruir relacionamentos.
O Facebook não gostou da abordagem do Wall Street Journal e afirmou que a pesquisa foi o mais abrangente possível para entender até os piores lados da rede social. A atual chefe de pesquisa do Facebook, Pratiti Raychoudhury, disse que o uso problemático difere de um vício e que existem outras tecnologias que causam efeitos problemáticos semelhantes.
"Embora não tenha sido encontrada uma relação causal entre a rede social e o vício, no geral, a pesquisa sugere que, em média, a rede social não tem um grande impacto prejudicial sobre o bem-estar [dos usuários]", disse a chefe de pesquisa.