H3N2: o que é, sintomas, prevenção e tratamento da nova gripe
Tecmundo
Muita gente está preocupada com o aumento de casos de Influenza H3N2, um dos subtipos do vírus Influenza A (responsável pela gripe comum). Os vírus de Influenza A são classificados em dois subtipos, a H1N1 — que ocasionou uma pandemia mundial em 2009, matando quase 300 mil pessoas — e o H3N2.
A preocupação se dá porque os governos locais e regionais têm registrado um aumento de infecção deste vírus nos sistemas de saúde, o que pode configurar como um novo surto. Já foram documentadas mortes no Brasil por conta dessa contaminação, e quatro estados (Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rondônia e Rio Grande do Norte) estão em situação de epidemia.
Os casos de Influenza H3N2 no Brasil são associados à linhagem que se chamou de “Darwin”, que foi a cepa mais comum da temporada de gripe (que é normalmente o inverno) no Hemisfério Norte. O Ministério da Saúde anunciou que há previsão de que a vacina (que ainda está sendo produzida pelo Butantan) para essa nova cepa deva chegar no Brasil em março. Ela deverá ser trivalente: contra H1N1, H3N2 e subtipo Darwin e cepa B.
A preocupação com este surto é ainda maior, pois ela ocorre no período em que não se associa aos aumentos de casos de gripe, ou seja, o verão. Uma das razões que explicariam isso foi a baixa adesão à vacina para a gripe (embora a imunização contra a gripe comum não proteja contra o H3N2) e o relaxamento do que se chama de “etiqueta respiratória” (como o uso de máscaras, limpeza frequente das mãos e o distanciamento social).
A H3N2 é mais letal que a gripe comum?
Surto da variante H3N2 tem aumentado o número de atendimentos para gripe nos hospitais. (Fonte: Unsplash)
As preocupações acerca da H3N2 não têm a ver com o fato de ela ser mais “mortal” que outras gripes. Todas as infecções por vírus da gripe podem se tornar perigosas caso gerem complicações. Por isso, as populações que estão propensas a desenvolver problemas mais sérios são os grupos de risco, como idosos, crianças pequenas e pessoas com alguma doença preexistente.
A grande questão da H3N2 é porque estamos em um momento de epidemia desta cepa Darwin — por ser nova, nós temos menos defesa imunológica para ela. Por isso, o controle coletivo desta gripe é fundamental, visto que a epidemia ocorre fora da época normal.
Com o surto — que, vale lembrar, coincide com a pandemia causada pelo coronavírus que ainda atravessamos —, a preocupação se dá pela superlotação dos hospitais no tratamento de casos mais graves. O Brasil já registra cidades em que há esperas de horas para atendimento nos centros de saúde e demora no resultado de testes, como o que identifica a Covid-19.
Conforme matéria do jornal Folha de S.Paulo, a cooperativa médica Unimed já anunciou um aumento de 400% de atendimentos por problemas respiratórios entre os seus segurados. Na rede pública, os hospitais de algumas cidades de São Paulo estão tendo que recontratar funcionários temporários que já haviam sido dispensados por conta da diminuição dos internamentos por covid-19.
O medo da flurona, a contaminação dupla por gripe e coronavírus
Casos de flurona — a infecção dupla por H3N2 e covid-19 — já foram identificados no Brasil. (Fonte: Pexels)
Como já dissemos, a preocupação com o surto de H3N2 tem a ver com a sobrecarga dos sistemas público e privado de saúde, visto que ainda estamos enfrentando uma pandemia de covid-19. Já há casos, inclusive, de pessoas que tiveram uma coinfecção de H3N2 e coronavírus.
Estes casos são chamados de flurona, uma combinação de flu (termo popular para a gripe em inglês) e coronavírus. O primeiro caso foi identificado em Israel em uma paciente grávida que não havia se vacinado para as doenças. Em São Paulo, há registro de 24 casos de Flurona, e também já foram documentados pacientes com essa dupla infecção no Ceará e no Rio de Janeiro.
Além disso, vale lembrar que há a variante do coronavírus chamada de ômicron, cuja gravidade ainda está sendo investigada. Por isso, o ideal é manter-se afastado da contaminação das duas doenças para não correr nenhum risco.
Sintomas, prevenção e tratamento da gripe causada pela H3N2
A maneira de ficar afastado da H3N2 é mantendo os cuidados tomados contra o coronavírus. (Fonte: Pixabay)
Os sintomas da H3N2 são os mesmos tipicamente observados nas gripes: indisposição, dor de cabeça, febre, congestão nasal e tosse. As infecções por vírus, aliás, são muito difíceis de serem combatidas — o mais comum é tratar os sintomas, e não a doença, que tende a se encerrar quando acaba o seu ciclo natural. O período de incubação da H3N2 é o mesmo da gripe normal: de 3 a 5 dias.
O tratamento para a H3N2, portanto, se dá apenas por remédios que diminuem os efeitos dos sintomas, como o paracetamol e ibuprofeno. Vale lembrar que a forma de evitar a contaminação é a mesma de todos os vírus respiratórios: evitar manter contato com gotículas de salivas por meio da tosse e até da fala.
Portanto, é preciso seguir usando máscara, fazendo distanciamento social e mantendo os demais protocolos de higiene, como a limpeza constante das mãos. A única forma de se prevenir contra a H3N2 é continuar com os mesmos cuidados que aprendemos a manter nos últimos dois anos.