Marcos Pontes diz que cortes na Ciência são 'falta de consideração'
Tecmundo
Há alguns dias, o governo realizou um grande remanejamento de recursos da ciência para outras áreas, resultando na subtração de mais de R$600 milhões que seriam destinados à área cientifica do nosso país. Após a aprovação do corte, o ex-astronauta brasileiro e ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, afirmou que a decisão foi uma “falta de consideração” com a ciência no Brasil.
Em publicações no Twitter, Pontes também disse que os cortes são equivocados, ilógicos e que a situação precisa ser corrigida urgentemente. O ex-astronauta disse ter pensado em deixar o cargo após descobrir sobre remanejamento dos recursos, mas afirmou que acredita no presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Ontem (7) não foi um dia muito bom com relação a orçamento, falando do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, mas a vida da gente é assim, tem um dia bom, um dia ruim", afirmou Marcos Pontes no dia seguinte da aprovação.
O valor representa 90% dos recursos que estavam destinados á ciência
Na última quinta-feira (7), o Congresso aprovou o corte de mais de R$600 milhões que seriam destinados aos projetos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, referente ao Orçamento de 2021.
O remanejamento aconteceu por um pedido do ministro da Economia, Paulo Guedes, e deixou apenas R$89,8 milhões na pasta original - é importante destacar que desse valor, apenas R$7,2 milhões serão realmente destinados aos projetos de pesquisa e desenvolvimento de ciência e tecnologia, já o resto será enviado ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).
O outro montante da verba será distribuído em diferentes áreas do governo, e o Ministério da Ciência continuará com apenas 8% do valor que receberia originalmente. Segundo a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a situação atual praticamente inviabiliza a realização de pesquisas, estudos e outras necessidades da ciência nacional.
A maior parte dos recursos será distribuído entre as pastas do Desenvolvimento Regional (R$252 milhões), Ministério da Educação (R$112 milhões) e do Ministério das Comunicações (R$100 milhões). O restante será enviado para o IPEN (R$82,5 milhões), Ministério da Agricultura e Pecuária (R$58 milhões), Ministério da Saúde (R$50 milhões) e para o Ministério da Cidadania (R$28 milhões).