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Motorola Edge 20 Pro: jogando no seguro (Review)
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Motorola Edge 20 Pro: jogando no seguro (Review)

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Tecmundo
13/10/2021 22h30
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O Motorola Edge 20 Pro é um celular que pode não fazer muito sentido em um primeiro momento, mas, conforme se pensa sobre ele, mais vai fazendo sentido. E agora que passamos mais de 1 mês testando-o, deu bastante tempo para pensar, então chega junto que vamos falar tudo o que achamos sobre ele.

 

Design

No design, a Motorola não economizou. A frente é toda em vidro, com bordas pequenas e se curvando para dentro de uma forma imperceptível (a menos que se olhe de perto). A câmera frontal fica em um furo bem pequeno e centralizado. O corpo é de metal, a traseira é de vidro protegido pela tecnologia Gorilla Glass e ambos são ligeiramente curvos, revestidos por um material que passa a sensação de difícil descrição, algo entre vidro, plástico e borracha. Assim, é um aparelho gostoso de segurar, por mais que ele seja largo e alto demais para usar com uma mão só, mesmo para quem tem mãos grandes. O aparelho não é leve, mas também não é dos mais pesados que já testamos.

Ele está disponível nas cores branca ou azul, sendo fosco e elegante, mas ao mesmo tempo mostrando algum brilho dependendo de como a luz bate. É possível ver bem as marcas de dedos, mas não com o mesmo destaque de um vidro totalmente brilhante. Independente disso, provavelmente o usuário vai querer usar o case transparente que a Motorola incluiu na caixa ou alguma outra capa que preferir, afinal é realmente vidro e, no caso de vidros curvos, como os da traseira, todo cuidado é pouco. 

Motorola Edge 20 ProMotorola Edge 20 Pro

A alavanca de volume fica na direita, logo acima do botão de energia que também é o leitor de digitais. A posição dele é ótima para alcançar com facilidade, tornando o desbloqueio rápido e preciso. Embaixo fica o conector USB-C e uma saída de som para mídia, o que é uma pena, já que alto-falante estéreo seria muito bem-vindo. Não que o som dele seja ruim ou muito fraco, mas no mercado de top de linha esse tipo de fator "conta pontos". Enfim, não há conector para fone de ouvido nele e, na esquerda, há um botão extra exclusivo para Google Assistente. Considerando que dá para ativar por comandos de voz e não para remapear essa tecla para fazer outras funções, não vimos muito a utilidade nela. Pelo menos a posição dela é elevada, o que a impede de ser acionada sem querer.

Tela

A tela é provavelmente um dos pontos mais fortes do Edge 20 Pro. O painel é um OLED grande, de 6,7 polegadas na proporção de 19,5:9 com resolução Full HD, a taxa de atualização de 144 Hz e suporte ao padrão HDR10 +. Por padrão, o aparelho vem na configuração automática que varia o framerate entre 60 Hz e 120 Hz a maior parte do tempo dependendo do uso, mas nas configurações o usuário pode mudar isso para fixar em 60Hz e economizar bateria ou em 144Hz e aproveitar o máximo de fluidez nos movimentos.

É uma tela realmente excelente. Ótimas cores, pretos profundos, detalhamento, brilho e tudo mais. Poderia ser Quad HD? Poderia, mas se o usuário não for colocar o celular bem na frente dos olhos em um daqueles óculos de realidade virtual de papelão, isso praticamente não faz diferença.

Desempenho

Por dentro, o hardware é igual ao do Moto G100. Com Snapdragon 870, 12 GB de RAM e 256 GB de armazenamento, que, no caso desse aparelho, não dá para expandir porque a bandeja tem espaço apenas para 2 chips de operadora, nada para cartão micro SD. 

Desse modo, o resultado desse conjunto é sim o de um smartphone top de linha, "sem tirar nem pôr nada". No papel, é melhor do que o chip do ano passado, mas pior do que o 888+, só que na prática essa diferença não é sentida, mesmo quando passa um tempo jogando games muito pesados com tudo no máximo.
 

Câmeras

Já nas câmeras, a história da tela se repete, e a gente tem um conjunto melhor do que o do Moto G100 em todos os aspectos. A frontal tem 32 MP, mas por padrão faz fotos de 8 megapixels para entregar um HDR melhor. O usuário pode usar a resolução total se quiser, mas eu não vimos vantagem nisso. As selfies diurnas saem boas, contra ou a favor da luz, e o modo retrato também é bom nesse caso. No escuro, o resultado fica com bom detalhamento e cores naturais usando o flash, mas ainda mostrando bastante ruído no fundo; sem flash, a imagem fica bem ruim. Nesse aparelho, o modo Night Vision entrega um meio-termo, mas praticamente some com os detalhes e deixa as cores pouco naturais.

Atrás, o sensor principal tem 108 MP com abertura de f/1.9, o ultra-wide tem 16 MP e ângulo de 119° para caber mais itens e tem também uma teleobjetiva periscópica com estabilização óptica e zoom de 5x sem perda de qualidade, podendo chegar a zoom digital de 50x se o usuário quiser, mas aí a qualidade sinceramente não vale a pena.

Motorola Edge 20 ProMotorola Edge 20 Pro

No modo "padrão", a principal faz fotos de ótima qualidade em 12 MP, o que melhora bastante o HDR, mas quem quiser a resolução máxima pode usar o modo "ultra-res" para capturar detalhes que os olhos não conseguem ver normalmente. 

De noite, mesmo no modo "comum", a câmera principal também faz fotos boas, nítidas e com pouco ruído. É possível ainda ativar o Night Vision para melhorar ainda mais o resultado, mas raramente é necessário.

A ultra-wide e a teleobjetiva também fazem ótimas imagens durante o dia, e de noite a grande-angular ainda consegue resultados usáveis, por mais que fiquem mais escuros. Só a câmera de zoom que realmente não é indicada no escuro. 

Nos vídeos, o Edge 20 Pro finalmente entrega 8K a 24 quadros por segundo ou 4K a até 60 quadros por segundo nas câmeras traseiras. A estabilização digital faz um bom trabalho em geral, mas dá para perceber a falta de um estabilizador óptico da lente principal nas gravações. Além disso, independente da resolução, o aparelho parece ter dificuldade de focar luzes difusas quando está filmando a 60 FPS, então é bom reservar essa taxa de frames para gravações com luz mais forte. Além disso, a câmera frontal também filma em 4K a 30 FPS com um resultado bom.

Interface

O Motorola Edge 20 Pro vem de fábrica com o Android 11 da Motorola, mantendo aquela experiência limpa do sistema que já estamos acostumados. Os gestos para acender a lanterna e abrir a câmera continuam aqui, e eu ainda sinto falta deles quando estou com celulares de outras marcas. Vale mencionar que, para esse aparelho, a Motorola prometeu 2 atualizações do Android, sendo mais bem feito do que em celulares de níveis abaixo desse, mas ainda é bom se compararmos com as rivais, como a Samsung, que têm oferecido 3 atualizações até nos celulares intermediários.

Um diferencial desse aparelho são as melhorias no modo Ready For, que permite o uso do celular como se fosse um computador desktop ao ligá-lo a uma TV, um monitor ou um computador, além de permitir usar o celular como uma central simples para reproduzir filmes e séries dos seus apps de streaming ou jogos do celular para sua tela maior. Dá também para espelhar direto a tela do aparelho e usar o smartphone como webcam em videochamadas. 

Motorola Edge 20 ProPlataforma Ready For

Enfim, já damos mais detalhes sobre o Ready For em um vídeo que fizemos só para ele, mas a novidade no Edge 20 Pro é que agora é possível fazer tudo isso sem precisar do cabo HDMI. É só os aparelhos estarem no mesmo Wi-Fi e a sua TV ser compatível com Miracast. No PC, é só instalar o programa Ready For Assistant do site da Motorola para ter todas as funcionalidades com ou sem cabo. Considerando os recursos extras e diferentes modos de uso, diríamos que agora o Ready For da Motorola superou o Modo Dex da Samsung.

Bateira

Indo agora para a bateria, as reservas de 4,5 mil mAh apresentaram um bom resultado. Deixando a taxa de atualização travada no máximo, em 144 Hz, o aparelho consegue ir das 9h até o meio da tarde mesmo com uso intensivo, o que envolve mais de 3 horas de jogos online, fora redes sociais, mensageiros, vídeos e outras atividades. É possível acabar com a bateria ao jogar games mais exigentes, mas também é bem fácil chegar até o fim do dia sem sufoco com uma utilização mais moderada. Fixando a tela em 60 Hz e usando pouco o aparelho, também não é difícil passar 2 dias sem precisar recarregar. Um bom resultado em geral.

Com o carregador TurboPower de 30 W que vem na caixa, a recarga de zero a 100% leva cerca de 1 hora e 20 minutos, mas ele passa dos 50% nos primeiros 30 minutos.

Vale a pena?

O Motorola Edge 20 Pro está sendo vendido no site oficial da Motorola por R$ 5 mil para quem for parcelar ou por R$ 4,5 mil à vista. E lá ele vem junto da base e do cabo HDMI para quem preferir usar o Ready For assim. Em varejistas online, por enquanto o menor preço é R$ 4 mil, o que, se a gente considerar que estamos falando de um celular top de linha lançado neste ano e com 256 GB de armazenamento, não é um preço ruim. E é aqui que está a chave para resolver a confusão toda que explicamos no começo da review.

Por que a Motorola não colocou o melhor processador possível no Edge 20 Pro? Porque foi o que ela usou nesse aparelho e, cortando aspectos como recarga sem fios e certificação de resistência à água, ela conseguiu lançar o aparelho em um preço que já era menor do que os valores atuais de rivais que foram lançados no começo do ano. 

O segmento de mercado no qual a Motorola é mais forte, especialmente no Brasil, é o dos aparelhos de custo-benefício. Os intermediários mesmo. E a empresa sabe disso, portanto resolveu "jogar no seguro", em um campo que domina um pouco melhor. Se ela investisse em componentes mais caros, portanto o Edge 20 Pro custaria mais no lançamento, os rivais tops de linha do mesmo nível teriam a vantagem de já terem sido lançados há tempo o suficiente para custar menos, sem falar no fato de que marcas como Samsung e Apple tem um branding bem mais forte do que o da Motorola no segmento de luxo, mas aí seria um papo mais chato de marketing que não cabe aqui.

Motorola Edge 20 Pro Motorola Edge 20 Pro

E por que então investir em alguns diferenciais como a taxa de atualização de nível gamer na tela e sensores melhores nas câmeras traseiras? Por que assim o Edge 20 Pro se posiciona com mais recursos similares ao de rivais mais caros e consegue justificar o preço maior em comparação ao próprio Moto G100, que é só um pouco inferior nesses pontos.

Já sobre manter o nome Edge, bom, aí a decisão foi só baseada no fato de o público já identificar essa linha como sendo a mais avançada da marca. O número 20 é para indicar que é a 2ª geração, mas nesse ponto até eu me confundi porque, como nós já estamos em 2021, teria sido melhor colocar só o número " 2" ali mesmo. Por essa lógica, a geração do ano que vem, que é a 3ª, vai se chamar Edge 300.

De qualquer forma, a questão importante aqui é: vale a pena comprar o Motorola Edge 20 Pro? Se você estava pensando em gastar um pouco mais para comprar um dos rivais, mas não se importa muito com a recarga sem fios e a resistência à água, então sim, o Edge 20 Pro é uma escolha tão boa quanto as outras e mais econômica, por mais que ainda seja caro para os padrões de vida dos brasileiros. Já se você prefere economizar mais e não se importa de ter uma tela um pouco inferior, mas boa, com câmeras menos avançadas, mas ainda sim de boa qualidade, bem como não fizer questão do Ready For sem fios, então o Moto G100 vai apresentar um resultado muito parecido por menos de R$ 3 mil. 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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