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Noradrenalina ajuda o cérebro a aprender com a surpresa, diz estudo
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Noradrenalina ajuda o cérebro a aprender com a surpresa, diz estudo

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Tecmundo
10/06/2022 19h00
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Um estudo recente, publicado na revista Nature no início de junho, revelou que a noradrenalina, um neuromodulador cerebral geralmente associado à excitação e ao aumento do estado de alerta, pode ter um importante papel na sinalização da surpresa. Segundo os cientistas, todas as vezes que seu cérebro necessitar que você preste atenção em alguma coisa importante, envie uma explosão de noradrenalina!

Produzida basicamente em um pequeno núcleo do cérebro conhecido como lócus cerúleo (LC), a noradrenalina, também chamada norepinefrina, é um composto químico que funciona como neuromodulador de diversos processos do organismo. Ao contrário dos neurotransmissores, que transmitem a comunicação célula a célula, a noradrenalina é liberada "por atacado", chegando a áreas extensas do cérebro.

De acordo com os pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA, quando o cérebro se depara com um evento surpreendente, o LC é ativado na ponte dorsal do tronco encefálico, de onde libera uma grande quantidade de noradrenalina, que, além de "facilitar a execução da tarefa, também codifica o reforço para melhorar a precisão do desempenho".

Como foi feito o estudo sobre a noradrenalina?

Fonte: Shutterstock/Reprodução.Fonte: Shutterstock

Para comprovar sua hipótese, os pesquisadores condicionaram ratos sedentos, para empurrar uma alavanca quando ouviam uma frequência sonora alta, mas não acionar quando o tom fosse baixo. Quando a resposta dos ratos era correta, eles recebiam água, mas, se errassem, recebiam uma incômoda lufada de ar.   

Seguindo com a metodologia, os pesquisadores perceberam que, quando o roedor errava e recebia o jato de ar, o LC liberava uma explosão de noradrenalina no cérebro, o que fazia com que errassem menos nos testes posteriores. Porém, assim que os cientistas inibiram a atividade do LC, cortando assim o neuromodulador, a incerteza dos ratos aumentou, mostrando que o composto também atua na tomada de decisões para obter a recompensa.

Quando inativaram o LC, os pesquisadores concluíram que o funcionamento do órgão havia causado tanto a execução quanto a otimização da tarefa. "O lócus cerúleo codifica eventos inesperados, e prestar atenção a esses eventos surpreendentes é crucial para o cérebro avaliar cuidadosamente o seu ambiente”, conclui Mriganka Sur, professor de neurociência e autor sênior do estudo.  

ARTIGO Nature - DOI: 10.1038/s41586-022-04782-2 .

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