Sindicato francês critica Ubisoft sobre plataforma NFT
Tecmundo
Na semana passada, a Ubisoft anunciou o Quartz, sua nova plataforma baseada em blockchain que permitiria a criação e comercialização de tokens não-fungíveis (NFT). Agora, funcionários da produtora criticaram durante a iniciativa na França.
Em uma postagem no Twitter, o perfil do sindicato Solidaires Informatique publicou um extenso texto em nome dos empregados da Ubi criticando a decisão de explorar a tecnologia, taxada de "inútil, cara e ecologicamente mortificante".
O texto prossegue dizendo que a entrada da companhia no mercado de blockchain e NFTs foi "largamente criticada por nossos jogadores, não trazendo melhorias ou benefícios para nossos games". A postagem diz ainda que muitos colaboradores também acreditam que a blockchain seja "prejudicial, desprezível e sem futuro".
A publicação vai ainda mais longe, dizendo que a tecnologia favorece especulação, crise e lavagem de dinheiro, tudo isso enquanto não traz qualquer benefício para o mercado de video games.
Segundo Marc Rutschlé, representante do Solidaires Informatique, o uso de NFTs e blockchain tem sido "questionado e denunciado internamente" na Ubisoft Paris. Em conversa com o PC Gamer, ele afirmou que a penas cerca de 5% dos funcionários da Ubi demonstraram opiniões favoráveis à tecnologia.
Yves Guillemot, o CEO da Ubisoft, teria feito uma videoconferência sobre o projeto NFT com cerca de 700 empregados. "Alguns amigos checaram e descobriram somente quatro pessoas que estavam felizes [com a plataforma]", disse Rutschlé. Segundo ele, todos os demais participantes consultados fizeram comentários e perguntas de cunho negativo. "Os desenvolvedores não estão felizes", concluiu.
Pouco depois de seu anúncio, o vídeo de apresentação do Ubisoft Quartz recebeu um volume tão alto de feedback negativo que a empresa optou por removê-lo da listagem de seu canal no YouTube. O projeto, porém, segue em funcionamento.