TikTok revive o iDoser, a 'droga digital' em forma de áudio
Tecmundo
Nos últimos dias, as redes sociais foram tomadas por conteúdos sobre uma "nova tendência" entre adolescentes: o uso de músicas para entrar "na onda" sem precisar usar drogas. Aparentemente, tudo começou quando o vídeo de um garoto ensinando seus seguidores a obter um efeito mental semelhante ao de um alucinógeno viralizou no TikTok.
“Hoje eu vou ensinar para vocês como ficar ‘loucão’ sem droga e sem nada entorpecente, totalmente legalizado. Você só vai precisar de duas coisas: internet e Youtube", diz o influenciador no vídeo. O conteúdo chamou a atenção de pais e da imprensa, mas a tecnologia descrita no TikTok como "droga digital" já é conhecida na internet.
Como funciona o iDoser?
A plataforma iDoser é famosa por vender esse tipo de conteúdo há decadas. Segundo a empresa, as experiências sonoras "estimulam o humor e as sensações a partir de músicas gravadas com ondas binaurais". Isso acontece quando dois sons com frequências e intensidades diferentes, mas muito próximas, são combinados em um só.
“Muitos usam áudio de ondas cerebrais binaurais para relaxar, ter uma experiência recreativa, melhorar a meditação, ioga, equilíbrio holístico e muito mais. Com centenas de doses disponíveis, as possibilidades são infinitas”, a empresa explica em seu site.
Com a repercussão da "droga digital", muitas pessoas têm falado nas redes sociais os usuários podem até ter overdose da 'substância'. A informação, no entanto, é falsa. Segundo especialistas, os áudios não são prejudiciais para a saúde e não causam dependência, mas ainda é preciso cautela para não prejudicar a audição.
O neuroimunologista Thiago Taya, do Hospital Brasília, explicou ao Estadão que ainda não existem evidências científicas para identificar as consequências de consumo desse tipo de conteúdo. Ainda assim, ele supõe um efeito placebo do uso. “[O áudio] cria uma experiência sensorial auditiva incomum que faz com que uma pessoa sugestionada acredite que é o efeito de uma droga, psicodélico. Mas está longe disso”, explica.