Vacina do Butantan contra dengue produz resposta imune, diz estudo
Tecmundo
Uma vacina contra a dengue que vem sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, teve a fase 1 de seu ensaio clínico analisada por pesquisadores da farmacêutica Merck, parceira do produtor de imunológicos brasileiro.
Um acordo firmado pela instituição pública com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos prevê que o Butantan produza e distribua o imunizante em território brasileiro.
De acordo com o estudo, publicado na revista científica Human Vaccines & Immunotherapeutics no dia 15 de março, a vacina induziu a geração de anticorpos em 100% das pessoas que já contraíram a doença, e em mais de 90% daqueles que nunca tiveram contato com o vírus.
O novo artigo baseou-se em uma análise randomizada, feita com 200 adultos que receberam duas doses do imunizante ou de um placebo, em um estudo duplo-cego para avaliar a capacidade de uma segunda dose da vacina aumentar os anticorpos.
No entanto, essa dose adicional não acrescentou alterações significativas, confirmando que, além de uma imunogenicidade robusta na primeira dose, a vacina é bem tolerada em adultos saudáveis.
Como é a vacina da dengue?
Fonte: Instituto Butantan/Divulgação.
A vacina contra a dengue produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica multinacional Merck, que está autorizada comercializá-la no exterior, é feita com quatro tipos de vírus conhecidos da dengue atenuados, ou seja, enfraquecidos. A inoculação da substância induz a produção de anticorpos, porém sem causar a doença nem provocar reações adversas.
Esses vírus atenuados são cultivados nas chamadas células Vero, extraídas dos rins do macaco verde africano, muito comuns nesse tipo de estudo. Depois, esse material é purificado e vai à formulação. Finalmente, a substância passa pelo processo de liofilização, quando o líquido é transformado em pó, e se produz também o diluente para ser misturado ao pó no momento da aplicação da vacina.
ARTIGO Human Vaccines & Immunotherapeutics - DOI: 10.1080/21645515.2022.2046960 .