Corpo ‘de verão’ a qualquer custo? Entenda os riscos das fórmulas emagrecedoras
Bons Fluidos

Com a chegada do verão, cresce a procura por estratégias rápidas para perder peso e “secar” o corpo. Fórmulas emagrecedoras vendidas pela internet, chás laxativos e combinações sem prescrição médica passam a circular com promessas de resultados quase imediatos.
Por trás dessas promessas, no entanto, existem riscos importantes à saúde, que podem afetar diferentes órgãos e sistemas do corpo. Mais recentemente, a popularização de medicamentos como Ozempic e Mounjaro reacendeu o debate sobre o emagrecimento acelerado.
Dados no Brasil
O Brasil é o segundo país que mais pesquisa por esses medicamentos no mundo, segundo levantamento da plataforma Conexa Saúde a partir de dados do Google. Apenas em julho de 2025, o Mounjaro registrou 586 mil buscas no país, enquanto o Ozempic somou 715 mil pesquisas no mesmo período. Os números que ajudam a dimensionar o interesse crescente e reforçam a necessidade de uso com acompanhamento médico adequado.
“Fórmulas emagrecedoras” oferecem risco ao fígado
Ainda de acordo com o especialista, essas “fórmulas emagrecedoras”, muitas vezes vendidas sem prescrição médica e sem controle rigoroso, contêm ingredientes que podem causar danos graves ao organismo. “Essas substâncias geralmente são compostas por estimulantes, diuréticos e outras drogas que prometem acelerar o metabolismo e suprimir o apetite”, afirma Nacif. “No entanto, o que não é amplamente divulgado são os efeitos colaterais severos que podem surgir”, acrescenta.
Mais prejuízos para a saúde
Segundo o médico, o fígado, órgão crucial para o metabolismo e detoxificação do corpo, frequentemente se sobrecarrega pelo uso dessas fórmulas. “Muitas das substâncias presentes nessas formulações são metabolizadas pelo fígado, o que pode levar a danos hepáticos significativos. Isso inclui desde inflamação e esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado) até casos mais graves de hepatite tóxica e insuficiência hepática aguda”, explica.
Além do fígado, o trato intestinal também sofre consequências adversas, isso porque fórmulas emagrecedoras causam irritação gastrointestinal, podendo levar a sintomas como dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia. “A longo prazo, pode resultar em danos ao revestimento intestinal e comprometimento da absorção de nutrientes essenciais, levando a deficiências nutricionais”, esclarece.
Portanto, o risco de morte associado ao uso dessas fórmulas não deve subestimar-se, destaca o médico. “Em casos extremos, principalmente quando consumidas em doses elevadas ou por pessoas com condições de saúde pré-existentes, essas substâncias podem desencadear arritmias cardíacas, hipertensão arterial severa e até mesmo eventos cardiovasculares fatais”, alerta o Dr. Nacif, que ressalta: “É fundamental que as pessoas entendam que não há atalhos seguros para a perda de peso”.
O que diz a Anvisa?
Segundo a Anvisa, apenas farmácias e drogarias autorizadas têm permissão legal para vender medicamentos, independentemente da categoria (sintético, biológico, fitoterápico, homeopático, dinamizado, entre outros). A agência ressalta que realiza fiscalizações periódicas em conjunto com autoridades sanitárias locais e tomou mais de 60 medidas preventivas ou cautelares desde 2020 contra produtos similares às fórmulas emagrecedoras que Edmara utilizou.
Sobre o especialista
Dr. Lucas Nacif (CRM 131210-SP) é médico gastroenterologista com especialidade em cirurgia geral e do aparelho digestivo. Reconhecido por sua expertise em cirurgias hepato bilio pancreáticas e transplante de fígado, utilizando técnicas avançadas minimamente invasivas por laparoscopia e robótica. O especialista é membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Saiba mais no site e no Instagram
*Fonte: Publika.aí Comunicação
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