Você é introvertido? Veja o que a psicologia diz sobre o assunto
Tecmundo
Costuma trocar uma noite de festa por uma maratona no streaming? Curtiu um feriado com os amigos e agora sente que precisa se isolar por uma semana inteira para poder se recuperar? Se a resposta para essas perguntas foi "sim", então você provavelmente já deve ter sido chamado de introvertido.
Introversão é um conceito originado por Carl Jung, psiquiatra fundador da psicologia analítica. Jung definia o introvertido como alguém que valoriza mais os seus próprios pensamentos do que o mundo externo.
Introvertidos preferem atividades com menos pessoas ou até mesmo ficar sozinhos
Hoje, a psicologia considera os introvertidos como aqueles que tendem a ser mais reservados e preferem rotinas mais calmas, sem muitas interações sociais. Um evento social com muitas pessoas, por exemplo, pode fazer com que o mais introvertido se sinta cansado, e precise de tempo para se recuperar.
No entanto, ser mais introvertido não é a mesma coisa que ser tímido. No caso da timidez, o individuo geralmente tem vontade de se engajar em situações sociais, mas frequentemente teme em fazê-lo, tornando-se inibido mesmo contra a sua vontade.
Por outro lado, muitos introvertidos conseguem interagir com facilidade, mas preferem socializar em grupos menores, evitando o cansaço de ter de lidar com muitos estímulos.
O que faz alguém ser introvertido?
Várias pesquisas estudaram a relação entre o cérebro e a personalidade. (Fonte: Shutterstock)
Em um estudo neurológico realizado em 2005, pesquisadores sugeriram que a introversão estaria ligada à ativação da dopamina, um neurotransmissor relacionado à sensação de recompensa.
No estudo, os que eram declarados mais extrovertidos eram propensos a produzir mais dopamina ao completar com sucesso uma tarefa similar a uma aposta, enquanto os introvertidos tendiam a produzir uma dose menor do neurotransmissor. Isso pode significar que os introvertidos têm uma menor sensação de recompensa em tarefas desafiadoras, como interações sociais, do que os extrovertidos.
Uma outra pesquisa, de 2003, sugere que a tendência a evitar interações sociais pode ser explicada por uma maior atividade na amígdala, uma região do cérebro responsável pelas respostas emocionais mais imediatas.
No estudo, adultos que se declaravam mais inibidos tiveram uma maior atividade na amígdala ao observarem fotos de rostos desconhecidos, o que pode explicar a sensação de ansiedade que muitos introvertidos sentem em eventos sociais.
Há vantagens em ser introvertido?
Estudos sugerem que a introversão pode estar relacionada com uma maior capacidade de foco e atenção (Fonte: Shutterstock)
Pesquisas já estudaram uma possível ligação entre a introversão e um maior córtex pré-frontal, uma região do cérebro relacionada ao foco e a atenção.
Além disso, alguns estudos sugerem até que a maior capacidade de atenção faz com que os mais introvertidos tomem melhores decisões em posições de liderança, e são capazes de lidar melhor com pessoas proativas.
Uma pesquisa de 2021 ainda indica que os mais introvertidos e emocionalmente estáveis possuem maior capacidade de se sentirem motivados após situações adversas do que os extrovertidos.
É comum associar a extroversão com uma maior capacidade de comunicação e vida profissional. No entanto, a ciência e a psicologia mostram que a introversão também possui as suas próprias forças e vantagens, e que até mesmo os mais extrovertidos podem aprender algo com os mais quietos e inibidos.