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A mulher que queria revolucionar a indústria automobilística com um carro de 3 rodas
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A mulher que queria revolucionar a indústria automobilística com um carro de 3 rodas

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Aventuras Na História
12/03/2023 16h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/15460597/original/open-uri20230312-18-1kqnte4?1678637068
©Divulgação/ HBO
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A vida pública de Geraldine Elizabeth Carmichael, também conhecida pelo apelido de "Liz", foi estrondosa desde o princípio. A mulher de 47 anos e cinco filhos se tornou uma sensação nos anos 70 ao começar a fazer uma série de aparições na imprensa estadunidense prometendo um produto inovador. 

O "Dale", um veículo de três rodas, seria incrivelmente econômico em termos de uso de combustível, e ainda por cima teria um preço barato para os padrões da época, parecendo a solução perfeita para a atmosfera incerta do mercado automobilístico após a crise petrolífera iniciada em 1973. 

Carismática, Liz Carmichael rapidamente conquistou os Estados Unidos com suas frases impactantes e promessas futuristas. 

Eles achavam que Henry Ford era louco. Eu vou mostrar a eles. Vou governar a indústria automobilística como uma rainha", afirmou ela em uma entrevista à revista People.

Já em outra explosiva aparição midiática, desta vez ao The New York Times, garantiu que seria capaz de, simultaneamente, "construir para o público exatamente o que eles estão procurando" e "arrasar em Detroit". 

Fotografia de Liz Carmichael e seus filhos / Crédito: Divulgação/ HBO

 

A confiança da empresária contagiou os norte-americanos, fazendo com que ela ganhasse milhões de dólares nas vendas antecipadas de um produto que nem mesmo existia ainda — e, infelizmente, nunca viria a existir.

A primeira de muitas polêmicas que envolveram Carmichael seria justamente o fato que essa pré-venda foi proibida pelas autoridades do estado da Califórnia, onde era sediada a empresa da mulher. O desdobramento fez com que se mudasse para outra parte do território estadunidense.

Sua promessa era que, até 1975, teria 88 mil unidades de seu revolucionário carro de três rodas. O que realmente aconteceu, no entanto, foi bem diferente. 

Tempestade à vista 

À medida que crescia a desconfiança do público respeito do profissionalismo de Liz Carmichael, é sua vida pessoal que passou a ser investigada, o que levou à divulgação de uma série de revelações que mudariam para sempre sua imagem frente aos norte-americanos. 

Conforme relembrado pelo portal Esquire, foi o jornalista Dick Carlson que expôs o fato que a mulher era transexual, isso é, nascida em um corpo do sexo masculino. A informação escandalizou a nação, fazendo com que não apenas o projeto automobilístico excêntrico de Carmichael fosse questionado, mas sua própria identidade. 

Aos poucos, os eventos vividos pela norte-americana anteriormente às suas entrevistas bombásticas se tornaram conhecimento público: ela havia nascido no estado de Indiana, se casado quatro vezes e tido inúmeros fracassos profissionais — episódios em que não simplesmente investiu em ideias ruins, mas ativamente teve problemas com a lei. 

Liz Carmichael em entrevista / Crédito: Divulgação/ Youtube/ HBO

 

Segundo uma longa investigação do FBI,Liz operou inúmeros esquemas fraudulentos, roubando dinheiro de clientes e até mesmo imprimindo dinheiro falso. Sempre que começava a arriscar ser presa, se mudava com a família para outra parte do país, fazendo com que tivesse passado décadas fugindo das autoridades. 

Quando o Dale, seu promissor carro de 3 rodas que nunca saiu do papel, lhe rendeu uma nova acusação (essa de roubo e violação de valores imobiliários, de acordo com a Times) em 1981, mais uma vez Carmichael sumiu de vista. 

Fim da vida

Ela apenas acabou atrás das grades em 1989, quando foi reconhecida por um morador do estado norte-americano do Texas após ser alvo de um episódio da série "Unsolved Mysteries" (Mistérios Não Resolvidos, em português).

Na ocasião, Liz respondia pelo nome de Kathryn Elizabeth Johnson, e trabalhava como vendedora de flores. Mesmo se identificando como uma mulher, ela foi enviada para uma prisão masculina, onde cumpriu uma sentença de 18 meses.

Em 1993, conseguiu entrar em um regime de liberdade condicional, e passou mais alguns anos morando no Texas antes de falecer em 2004 devido a um câncer, também segundo o Esquire.  A curiosa história da mulher foi relembrada por uma mini série documental de 2021 da HBO. 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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