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Como partes do corpo de Galileu Galilei foram removidas e viraram relíquias
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Como partes do corpo de Galileu Galilei foram removidas e viraram relíquias

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Aventuras Na História
14/01/2025 21h00
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©Getty Images
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Até o fim de sua vida, em 8 de janeiro de 1642, o astrônomo e físico Galileu Galilei foi um defensor do heliocentrismo, a teoria que coloca o Sol no centro do Universo — e não a Terra. Por contradizer os ensinamentos da Igreja naquela época, o Vaticano o condenou por heresia. 

Após sua morte, Galilei estipulou em seu testamento que desejava que seus restos mortais fossem enviados para a Basílica de Santa Croce, ao lado de seu pai, Vincenzo Galilei. Por outro lado, a Igreja não queria que ele fosse enterrado em solo consagrado por conta de suas opiniões. 

Galileu Galilei, o 'pai da astronomia observacional' - Foto por National Maritime Museum pelo Wikimedia Commons

O cardeal Francesco Barberini abordou o assunto, escrevendo que as pessoas poderiam ficar escandalizadas com seu sepultamento no mausoléu. Sendo assim, seus restos mortais foram enviados para um pequeno recinto na Capela de São Cosme e Damião. No entanto, algumas partes de seu corpo foram roubadas anos depois!

Partes roubadas

Em 12 de março de 1737, cerca de 95 anos após a morte do astrônomo, seus restos mortais foram transferidos da Capela para um túmulo monumental — em frente ao de Michelangelo —, na Basílica de Santa Croce, em Florença.

No entanto, o antiquário Anton Francesco Gori, o anatomista Antonio Cocchi e o marquês italiano Vincenzio Capponi removeram o dedo da mão direita de Galileu, bem como uma de suas vértebras, um dedo indicador, um polegar e um dente

Assim, o dente, o indicador e o polegar foram colocados em uma base de vidro e permaneceram com a família Capponi até o início do século 20, explica o próprio site do Museo Galileo. 

Em seus relatos, o botânico Giovanni Targioni Tozzetti explicou que Capponi queria ficar com os dois dedos como relíquias, "porque Galileu escreveu tantas coisas bonitas com eles".

Já a vértebra foi doada à Universidade de Pádua — onde Galileu lecionou por muitos anos — por Domenico Thiene, em 1823. 

Por fim, o dedo médio foi adquirido por Angelo M. Bandini, bibliotecário da Biblioteca Laurentiana — onde ficou exibido por um longo período. Em 1841, o dedo médio foi enviado para a Tribuna de Galileu, no Museu de Física e Natureza. 

86 anos depois, em 1927, acabou transferido novamente, agora para o Instituto e Museu de História da Ciência (Museo di Storia della Scienza). O último passo de sua trajetória foi o Museo Galileo.

Os dedos e dentes

Como já citado, o dente, o indicador e o polegar de Galileu Galilei foram selados em um frasco de vidro e ficaram com a família Capponi até meados de 1905. No entanto, como recorda artigo do The Guardian, todos os vestígios das relíquias foram perdidas e desapareceram posteriormente.

Tudo mudou no final de 2009, quando o recipiente e as partes apareceram em um leilão. Além das relíquias, documentos históricos detalhados e os próprios registros da família ajudaram os especialistas a confirmarem sua autenticidade. 

Com seu surgimento após vários anos, as partes foram entregues ao Museo Galileo, que ainda aplicou um teste de DNA para confirmar a autenticidade dos restos. Com a confirmação, os três dedos e o dente do astrônomo passaram a fazer parte do acervo do museu e estão expostos em finas caixas de vidro.

Dedos médio e indicador de Galileu - Plindenbaum e jason gessner via Wikimedia Commons

O museu diz que o dedo "exemplifica a celebração de Galileu como herói e mártir da ciência". A sala também apresenta informações sobre as ferramentas de Galileu e a ciência que ele desenvolveu, além da iconografia e relíquias galileanas que sobreviveram às eras desde sua morte, como dois telescópios e uma lente que ele usou para descobrir as luas de Júpiter.

Embora tenha sido condenado pela Igreja por sustentar o pensamento heliocentrista, Galileu Galilei acabou 'absolvido' há cerca de três décadas pelo Papa João Paulo II, que reconheceu que a igreja havia errado com o astrônomo.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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