Criado por brasileiro, chuveiro elétrico se popularizou durante urbanização do Brasil
Aventuras Na História
Importante objeto para higiene pessoal, o chuveiro elétrico trouxe conforto e comidade aos brasileiros. Um banho quentinho quando acordamos ou antes de irmos dormir, já se tornou algo terapêutico para muitos — mas sem o desperdício de água, ok?
O que poucos sabem, porém, é que o chuveiro elétrico é uma invenção não tão velha assim, tendo sido criada por um brasileiro chamado Francisco Canho nas primeiras décadas do século passado.
É bem verdade que o uso do chuveiro como um item indispensável de higiene pessoal já é usado há muito tempo. Segundo artigo do Jornal da USP, por exemplo, já era possível encontrar um objeto semelhante no Egito e na Grécia.
Imagem ilustrativa/ Crédito: Pixabay
Entretanto, há um detalhe básico mudado para o uso da rotina do brasileiro. Antigamente, o aquecimento da água era feito de maneira separada. Já na Europa das últimas décadas, a água era aquecida via gás. Mas foi por aqui que o uso da rede elétrica se tornou uma novidade.
Chuveiro elétrico
O primeiro modelo de chuveiro elétrico 'moderno' foi criado por Francisco Canho, em 1927, que tinha uma pequena oficina na cidade paulista de Jaú, no interior do estado. Além do aquecimento a gás, a lenha era outra forma das pessoas terem água quente para a higiene pessoal.
Porém, muitas cidades brasileiras não contavam um sistema de gás tão extenso e abrangente como a Europa, o que fez com que o chuveiro elétrico se tornasse uma excelente alternativa para os brasileiros.
Ao jornal da USP, o eletricista Fernando de Lima Caneppele, especialista em energias renováveis e professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos de Pirassununga (FZEA), aponta que os chuveiros de antigamente possuíam uma estrutura semelhante aos atuais: com o aquecimento de uma resistência que eleva também a temperatura da água. Que, por sua vez, é distribuída pelos orifícios por um espalhador.
“A diferença é que, naquela época, sua resistência era composta de níquel e cromo ou liga de dois metais, o que aquecia de forma repentina a água. Esse aquecimento repentino era fruto do alto ponto de fusão dos metais utilizados. O que representava grande perigo aos usuários e possibilidade de causar queimaduras”, aponta Caneppele.
Imagem ilustrativa/ Crédito: Pixabay
Aliado a isso, o equipamento não tinha uma isolação adequada para os condutores elétricos. Como seu corpo também era feito de metal, o risco de choques era imensamente maior do que atualmente.
Mas Canhos chegou para resolver tudo isso, desenvolvendo o primeiro modelo de chuveiro elétrico mais moderno, com chave seletora para diferentes temperaturas, também tornando-o mais seguro e de fácil instalação.
Francisco Canho foi o responsável por aprimorar o chuveiro, resolvendo os problemas de segurança e criando o primeiro a operar de forma automática ao se abrir o registro de água”, explica Fernando de Lima. “O que conferiu a ele o nome de inventor do aparelho”.
A popularização e a patente
A popularização do chuveiro elétrico aconteceu em paralelo ao processo de urbanização do país, o que facilitou a expansão da ideia. Apesar disso, Canho acabou não registrando o produto na época, fazendo isso apenas em 1943; quando empresas maiores já fabricavam o chuveiro elétrico. Na década de 1950, a italiana Lorenzetti adquiriu a patente do produto.
Entre as décadas de 1960 e 1970, a popularização da matéria-prima do plástico contribui para uma mudança significativa no chuveiro elétrico, que passou a ter a carcaça feita com o material — assim como conhecemos atualmente.