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Entenda por que os cientistas querem criar um fuso horário lunar
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Entenda por que os cientistas querem criar um fuso horário lunar

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Aventuras Na História
11/04/2023 22h02
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A NASA, agência governamental de exploração espacial dos Estados Unidos, está planejando a primeira expedição tripulada para a Lua do século 21. A tripulação dessa missão já foi até anunciada, contando com três homens e uma mulher. Com um canadense, um negro e uma pessoa do sexo feminino, essa equipe já se diferencia de todas as outras missões lunares, que só contavam com homens brancos.

A expedição, chamada de Artemis 2, marcada para dezembro de 2024, também pode ser a primeira vez que quatro pessoas viajarão juntas, de uma vez só, para o nosso satélite natural, marcando o primeiro contato humano com a Lua em mais de 50 anos. 

Esses astronautas enviados pelos EUA chegarão numa Lua diferente da que a Apollo 11, primeira expedição tripulada a alcançar a superfície lunar, encontrou. Em 2024, diversos experimentos que já estão em curso hoje ou que vão começar nos próximos meses estarão habitando o satélite natural. Países como China, Japão, Coreia do Sul, Rússia, Índia e Emirados Árabes estão entre aqueles que têm estudado a Lua.

Com tantos países diferentes empreendendo diversos estudos e experimentos na superfície lunar, a confusão entre fusos horários diferentes para sincronizar as atividades no satélite natural é certa. Por causa disso, um grupo de cientistas está tentando criar um horário lunar padrão.

Horário lunar

Missões lunares, sejam elas tripuladas ou realizadas por robôs, não são mais uma exclusividade dos Estados Unidos. Então, o horário lunar padrão seria usado por todos os países com missões na Lua. Quem lidera esse projeto, segundo o Tilt UOL, é o engenheiro da Agência Espacial Europeia Javier Ventura-Traveset

A criação de um fuso horário lunar tem nome: o projeto Moonlight pretende planejar satélites artificiais que possam "ajustar" as horas da Lua. Atualmente, se há uma missão na superfície lunar, tudo é sincronizado com um fuso horário na Terra. No futuro, quando haverão mais missões, será necessário um referencial comum para a comunidade astronômica mundial.

A Lua tem uma rotação muito mais lenta que o nosso planeta. Uma volta completa no eixo lunar demora 29,5 dias terrestres, o que quer dizer que um lado do satélite fica debaixo de escuridão por longos períodos. Isso traz a possibilidade de diversos fusos horários para a Lua.

Antigamente, ver uma bandeira dos Estados Unidos na Lua não causaria estranhamento, mas agora diversos países realizam pesquisas e missões na superfície do nosso satélite natural - Domínio Público/PxHere

 

Ventura-Traveset defende uma ideia que ele chama de Tempo Universal Coordenado, ajudando os astronautas para que eles possam seguir um ciclo de 24 horas, como acontece na Estação Espacial Internacional. Como a duração de um dia é completamente diferente na Lua, o que mais importa é pensar na sincronicidade com a marcação de tempo na Terra.

Projeto Moonlight

A maioria das tecnologias necessárias para colocar o projeto em andamento já existem, como satélites de navegação e comunicação. O Moonlight provavelmente terá capacidade operacional até o final de 2027, com sua constelação de satélites completa em 2030.

A ideia enfrenta desafios científicos e políticos. Um relógio atômico na Terra e na Lua ganharia 56 microssegundos no satélite a cada 24 horas que se passassem, por causa da regra da relatividade geral, que varia segundo a atração gravitacional.

Segundo o UOL, a especialista em ética espacial Erika Nesvold alerta que uma possível imposição de fuso horário europeu ou norte-americano poderia ser vista como "colonialismo da Lua".

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações do Brasil assinou um acordo de cooperação com a NASA em 2020, para participar do programa Artemis, e isso pode incluir o país nos debates sobre o horário padrão lunar. A participação por enquanto é técnica, mas, com a volta das expedições tripuladas para a Lua, quem sabe não esteja próximo o dia de um brasileiro dando um grande passo para a humanidade.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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